Em decisão anunciada na noite desta sexta-feira, o presidente Michel Temer determinou a intervenção federal no estado de Roraima, até 31 de dezembro de 2018, em virtude da crise na segurança pública e penitenciária no estado. A intervenção foi decidida depois que o presidente conversou com a governadora Suely Campos.
Em Roraima, agentes penitenciários do estado deixaram de trabalhar e policiais civis deflagraram paralisação de 72 horas em razão de meses de salários atrasados. Os policiais militares, que não podem fazer greve, receberam o apoio de suas esposas, que bloquearam as entrada e saída de batalhões como como forma de protesto.
Anteriormente, a Procuradoria Geral da República já havia pedido a intervenção devido ao risco de rebeliões em unidades prisionais, baseado no relatório do Ministério Público, como falta de separação entre detentos de regimes aberto, semiaberto e fechado, atraso no pagamento de salários de agentes penitenciários, fornecimento de comida azeda e insuficiente aos presos e falta de combustível para transportar os presos para audiências.
Temer recebeu os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen; do Planejamento, Esteves Colnago; da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça; e dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha; para tratar do assunto. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também estava no encontro.
O presidente disse ainda que convocará amanhã (8) o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. O decreto de intervenção, segundo o presidente, deverá vir em seguida. Com isso, o Brasil terá dois estados sob intervenção federal. O outro é o Rio de Janeiro.