Três funcionários que estavam sendo mantidos em situação semelhantes ao trabalho escravo em fazenda localizada no município de Ribeirão do Largo, no sudoeste da Bahia, foram resgatados por representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT-BA).
Os trabalhadores rurais atuavam também na criação de animais e dormiam em camas improvisadas, ao lado de um chiqueiro, com fezes espalhadas ao redor.
O resgate foi realizado na segunda-feira (5), conforme informou o MPT nesta terça (6). Após denúncias, uma força-tarefa foi realizada no local, constatando que os lavradores viviam em dois alojamentos com condições desumanas.
O empregador não fornecia cama, colchão, travesseiros e mantas. Nos alojamentos também não tinha água potável para beber ou cozinhar, nem locais para guardar e conservar os alimentos. Tampouco havia sanitários em condições de uso e locais para banho.
De acordo com o órgão, as instalações elétricas eram precárias. As lâmpadas só ligavam quando os trabalhadores conectavam os fios dos aparelhos e móveis na tomada. O local para banho era uma pequena bica com balde e panelas, utilizadas para o asseio. A carne usada para alimentação ficava pendurada no varal para evitar o contato de ratos.
Segundo informações do portal G1, o MPT informou que o dono da fazenda deverá regularizar a situação dos trabalhadores de forma retroativa e oferecer condições dignas de trabalho. E que os lavradores foram cadastrados para receber seguro-desemprego por três meses, período em que serão adotadas medidas de apoio social, de capacitação profissional e recolocação no mercado de trabalho.
O órgão informou que aguarda a posição do dono da fazenda para definir se vai ingressar com ação judicial para a cobrança dos valores das rescisões dos contratos de trabalho e da indenização por danos morais individuais e coletivos.