O rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, maior tragédia socioambiental da história brasileira, completa quatro anos no dia 25 de janeiro. Com isso, o Instituto Camila e Luiz Taliberti, promove o Mês da Memória, série de manifestações para relembrar o acontecido e manter em pauta as causas da tragédia, a lembrança das 272 vítimas, a impunidade dos envolvidos e as consequências ambientais.
A partir das 10 horas do dia 25, na Avenida Paulista esquina com a Pamplona, em São Paulo, haverá uma tenda para atendimento ao público, onde serão dispostos informativos sobre a tragédia e o tema ambiental. Às 12h28 soará a sirene, em alusão àquela que não tocou no dia da tragédia. A porta-voz do Instituto fará um pronunciamento, reforçando o grande impacto causado por tragédias dessa magnitude, para que o ocorrido não seja esquecido e, assim, não se repita.
Ainda em janeiro, o Instituto lançará o Manifesto Basta de Impunidade, Justiça por Brumadinho! Passados 4 anos, ninguém até o momento foi responsabilizado. O Manifesto fala sobre a indignação com a demora no andamento do processo e pede que o julgamento inicie imediatamente.
O Instituto também promoverá uma visita ao Centro de Experimentos Florestais da SOS Mata Atlântica, em Itú-SP, com quem, em 2020, fez parceria no plantio de 272 mudas. As árvores já estão crescidas, formaram um bosque onde cada uma representa as vidas perdidas na tragédia, numa alusão ao lema do ICLT – Tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes.
Outrossim, acontecerá a disponibilização do acervo digital Memória e Impactos da Mineração, no site do ICLT. O acervo conta com mais de 700 materiais digitais, com acesso público, destinado aos pesquisadores e interessados em informações sobre mineração, a tragédia de Mariana e Brumadinho, suas consequências e desdobramentos.
Manifesto Basta de Impunidade. Justiça por Brumadinho!
Dentre as ações para lembrar a tragédia, faz parte o Manifesto Basta de Impunidade, Justiça por Brumadinho! Até hoje, o sistema judiciário brasileiro não deu andamento, em caráter definitivo, ao processo para julgamento dos responsáveis pela tragédia-crime. Há quatro anos os responsáveis seguem impunes, recorrem sucessivamente das decisões que lhes são desfavoráveis.
Quatro anos depois, ainda há muitos questionamentos entre os familiares das vítimas. A luta para que outras tragédias como esta não ocorram e para haver responsabilização pelo crime é diária.
“A criação do Instituto Camila e Luiz Taliberti é fruto da responsabilidade que temos em não ficar calados. Voluntários juntaram-se a nós não somente para continuar o legado da Camila e do Luiz na defesa do meio ambiente e das pessoas mais vulneráveis, mas também para ser e dar voz a quem precisa falar, para que tragédias como a de Brumadinho não se repitam no Brasil e no mundo. Afinal, nossas jóias dependem de nós para serem imortais”, afirma Helena Taliberti, presidente do Instituto.
As ações promovidas pelo ICLT são um grito de esperança contra a impunidade e a favor da justiça, honrando a memória das vítimas e conscientizando a população. “Nós não vamos parar. Não se pode esquecer que vidas foram ceifadas por não terem valor diante da busca incessante por produtividade e lucro. É preciso que a humanidade resgate o sentido da vida em toda sua plenitude. Não temos planeta B. Tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes. Somos sementes, todos nós!”, finaliza Helena.
Ato em Memória às vítimas de Brumadinho
Local: Esquina da Avenida Paulista com Rua Pamplona
Data: 25 de janeiro de 2023
Concentração: 11h30
Disparo da sirene e discurso de porta-voz: 12h28
Apresentações musicais: 13h