Um relatório recente da UNESCO, divulgado no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2022, destaca as águas subterrâneas como um recurso vital e subutilizado para enfrentar a crise hídrica global.
O relatório ainda traz que as águas subterrâneas muitas vezes são exploradas de forma incorreta e subvalorizadas, resultando em práticas inadequadas de gestão que ameaçam a sustentabilidade hídrica do planeta.
Por representarem 99% da água doce líquida do planeta, essas reservas se tornaram protagonistas na oferta de soluções sustentáveis, respondendo por metade do volume destinado ao consumo doméstico e aproximadamente 25% da água utilizada na irrigação em todo o mundo, como apontam estudos do Estado dos Recursos Hídricos Globais, publicado pela OMM.
Segundo dados da Agência Nacional das Águas (ANA), a demanda por água no Brasil está projetada para aumentar em 24% até 2030, acendendo um alerta para a necessidade urgente de medidas preventivas.
Pesquisadores, empresas e órgãos públicos estão unindo esforços na busca por soluções para evitar crises hídricas no futuro, abrangendo, principalmente, o aproveitamento da água da chuva, a despoluição de recursos hídricos e a captação de águas subterrâneas.
O tema foi discutido durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, propondo a adoção de soluções baseadas na natureza (SbN), as quais empregam ou replicam processos naturais como alternativas na administração global da água.
Essas medidas se tornaram alarmantes em meados de 2014, quando a cidade de São Paulo enfrentou a sua pior crise hídrica em mais de 80 anos, impactando severamente a capital e outros municípios. O Sistema Cantareira foi duramente afetado, com o reservatório atingindo o nível histórico de -22,4%, o mais baixo desde sua criação em 1974.
No ápice da crise, a metrópole esteve diante de uma séria escassez de água, desencadeando respostas emergenciais para preservar o abastecimento. Racionamento e rodízios foram impostos como medidas cruciais para enfrentar a oferta reduzida e garantir a distribuição entre os habitantes.
Os níveis de seca foram um fator determinante, comprometendo as fontes de água e afetando diretamente as atividades essenciais da região, desde a produção industrial até o fornecimento doméstico.
Em 2022, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a situação se agravou novamente, com o mesmo sistema operando a 38% de seu volume útil. Em comparação a 2009, ano considerado padrão, o Sistema Cantareira estava com 80,8% do seu volume total.
Segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. Por esse motivo, torna-se ainda mais importante a busca por soluções para o uso da água.
Diversos estados brasileiros já começaram a enxergar os poços artesianos como os maiores aliados na garantia do acesso à água. Minas Gerais, por exemplo, investiu na construção de cem poços artesianos em municípios com baixas taxas de água potável, como aponta a reportagem da Agência de Minas.
Essas estruturas conseguem captar o recurso dentre rochas impermeáveis e representam uma solução autossustentável para minimizar a dependência de fontes superficiais.
Comunidades e produtores rurais são os mais beneficiados nessa situação. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam que 70% da água consumida no Brasil é destinada para atividades agrícolas.
Não apenas as áreas rurais, mas também as indústrias, centros comerciais, condomínios e residências nos centros urbanos podem aproveitar os benefícios proporcionados pelos poços artesianos.
Afonso Smiderle, Diretor da AVS Poços Artesianos, traz sua visão sobre a utilização sustentável dos poços artesianos para os brasileiros. Segundo ele, o poço artesiano permite o acesso direto à água subterrânea, reduzindo a dependência de sistemas de abastecimento de água municipais.
“Ao contrário do sistema de distribuição municipal, onde há perdas significativas de água devido a vazamentos e outros problemas técnicos, um poço artesiano tem um sistema fechado que vai diretamente do ponto de extração ao ponto de uso”, pontua o Diretor.
Quando perguntado sobre o custo-benefício da implantação dos poços artesianos, Afonso traz que “a instalação de um poço artesiano exige um investimento inicial, mas os custos operacionais a longo prazo são mais baixos. A manutenção regular e o custo da energia elétrica para operar a bomba são as únicas despesas recorrentes, mas não chegam ao valor das contas de água municipais”.
Afonso Smiderle ainda destaca que, “a adoção de poços artesianos não apenas contribui para a autossuficiência hídrica, mas também representa um avanço para consumidores e empresas na busca por soluções sustentáveis de abastecimento de água. Além disso, o Diretor traz que “eles promovem a sustentabilidade ambiental e trazem economias para usuários com elevado consumo de água, sendo uma solução estratégica e rentável no gerenciamento de recursos hídricos”.
Para mais informações, basta acessar: @avs_pocos