Uso do metaverso cresce em universidades

Após o Facebook anunciar um investimento considerável no metaverso – um modelo tecnológico que se destacou rapidamente no último ano, entendido como um ambiente virtual interativo e hiper-realista – e mudou, inclusive, o nome da rede social para META, essa nova realidade virtual está cada vez mais próxima.

Durante o Facebook Connect, uma conferência virtual da companhia, Mark Zuckerberg, CEO da META, afirmou que as telas não são capazes de contemplar a interação entre as pessoas. Para ele, muitos migraram para um modelo remoto nos últimos tempos, mas manter o híbrido é um pouco mais complexo, portanto oferecer as ferramentas adequadas para que todos possam estar presentes será transformador.

Um estudo recente da consultoria global McKinsey prevê que o mercado do metaverso pode chegar a US$ 5 trilhões até 2030. Fazer compras virtualmente, participar de teleconsultas com médicos, socializar e assistir às aulas no metaverso são as atividades consideradas mais interessantes para os consumidores de acordo com a pesquisa.

A consultoria internacional pesquisou mais de 3.400 consumidores e 450 líderes seniores globalmente em 11 países e revelou que 60% de todos os entrevistados preferem pelo menos uma atividade virtual em comparação com a física. E um dos segmentos mais impactados neste novo cenário é o da educação. Fato é que o ensino à distância (EAD) já superou o presencial. Segundo informações levantadas pelo Censo de Educação Superior, em fevereiro de 2022, os cursos de graduação à distância receberam mais alunos novos do que os presenciais.

Diante dessa nova realidade, as aulas mediadas por tecnologia foram aceleradas, principalmente pelo surgimento da pandemia do Covid-19, que exigiu mudanças extremas na educação. De acordo com uma matéria publicada na Folha de S.Paulo, o uso do metaverso nas universidades têm se tornado cada vez mais constante. O aumento de start-ups neste setor e a busca crescente por soluções inovadoras têm colaborado para trazer mais dinamismo ao processo de ensino-aprendizagem. 

Giulianna Carbonari Meneghello, reitora da MUST University – universidade americana focada em mestrados on-line – acredita que uma das tecnologias que aumenta o interesse dos alunos no metaverso é a gamificação. “Essa técnica trabalha estratégias de jogos no ambiente virtual, que podem ser aplicados no dia a dia. Avatares em 3D e outras soluções inovadoras também contribuem muito para o aprendizado do aluno”, esclarece Meneghello. “Inovar para permanecer relevante se tornou o novo normal. Tudo o que nos parecia pouco útil e desconectado agora está plugado, então não dá mais para ignorar essa realidade, afinal de contas, o futuro que tanto aguardamos está apenas começando”, declara a especialista em ensino superior e novas tecnologias de ensino à distância.