Vaqueiros protestam e param disputas na Vaquejada de Formosa do Rio Preto

A 39ª edição da Vaquejada de Formosa do Rio Preto, iniciada na quinta-feira (29) e com encerramento previsto para domingo (1º), foi marcada por um protesto de vaqueiros que interromperam parte das disputas nesta sexta-feira (30). A situação gerou um estresse entre os organizadores com acusações de culpados.

De acordo com relatos ouvidos pelo Portal do Cerrado, os vaqueiros das categorias amador e aspirante denunciaram o uso de bois considerados inadequados para essas divisões. Segundo os competidores, os animais colocados na pista seriam normalmente utilizados em provas de nível profissional ou apenas nas disputas finais, por serem mais pesados e exigirem maior força e preparo técnico.

No jargão da vaquejada, o animal ideal conhecidos como “mobral”, quando não têm costume de correr. De cerca de 60 disputas, somente dois teriam marcado ponto. O chamado “valeu boi”.

Movimento cresceu após denúncia nas redes sociais

A mobilização ganhou força após um influenciador digital com quase 600 mil seguidores publicar vídeos denunciando a situação. Em seguida, o vereador do município, Roberto Andrade, se posicionou publicamente em apoio aos vaqueiros.

Competidores relataram ainda que não há revezamento adequado da boiada, resultando em desgaste excessivo dos animais. A prática, segundo os vaqueiros, coloca em risco o bem-estar do gado e levanta suspeitas de maus-tratos.

Organização promete boiada nova

Um dos organizadores do evento informou que uma nova boiada seria providenciada. No entanto, circularam nas redes sociais denúncias de que os animais em uso não possuem a GTA (Guia de Trânsito Animal) — documento obrigatório para o transporte legal de animais no Brasil. A ausência da GTA pode configurar infração sanitária, pois o documento é essencial para rastrear a origem dos animais, controlar o trânsito entre fazendas e garantir intervenções rápidas em caso de surtos de doenças.

Segundo o coordenador local do órgão, que há uma equipe de fiscalização trabalhando no parque. “Todos os animais que adentram ao evento passaram por uma fiscalização criteriosa em relação à documentação sanitária pertinente,” disse.

“Se houver o ingresso de mais animais, a organização deve providenciar a emissão da GTA. Inclusive, no próprio parque instalamos um local de base para emissão das GTAs”, afirmou.

“Hoje em dia o produtor pode emitir sua GTA até pelo celular, basta ter a senha de acesso.
Tudo é on-line via sistema. Existe aplicativo. A emissão pode feita a qualquer momento caso se precise”, conclui.

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