Um vídeo gravado em uma fazenda de Formosa do Rio Preto na Bahia viralizou nas redes sociais e foi objeto de checagem das principais agências que combatem fake news, as chamadas fact-checking. Segundo o site Aos Fatos, publicações com o conteúdo enganoso somavam ao menos centenas de compartilhamentos no Facebook na segunda-feira (31).
De acordo com uma publicação na internet, a China estaria veiculando uma propaganda na Alemanha, afirmando que dominaram o Brasil. Segundo a história, a prova estaria em um vídeo gravado por uma mulher que diz residir na Alemanha. Nas imagens, é possível ver diversas pessoas asiáticas trabalhando e vivendo em um local que produz abacaxi, abacate, manga etc. Confira:
O vídeo que circula pelo WhatsApp mostra a Doalnara Oasis Farm, uma fazenda de agricultura orgânica localizada em Formosa do Rio Preto, no interior da Bahia. A propriedade é da empresa sul-coreana Doalnara, que não tem nenhuma relação com o governo da China ou com empresas chinesas. Além da plantação comercial, a fazenda também abriga uma comunidade de funcionários, a maior parte deles coreanos, que vive sob os preceitos do mestre Suk Sun — um líder espiritual cristão.
De acordo com o site Boatos.Org, a informação pegou muita gente de surpresa e viralizou nas redes sociais, em especial, no Facebook. Apesar disso, a história não é verdadeira.
O vídeo pode ser encontrado em diversas línguas, incluindo português, inglês, hindi, coreano, chinês e alemão — a língua que aparece no vídeo viral — no canal da empresa na plataforma. E também em português:
O vídeo institucional está disponível no YouTube, com o título e a descrição também em alemão, e é possível ver as cenas usadas na peça desinformativa a partir do minuto 5”27.
A Doalnara Oasis foi estabelecida em 2009, na Bahia. Nos anos seguintes, a empresa comprou outras três propriedades, duas em São Paulo e outra na própria Bahia. Parte do financiamento vem do governo sul-coreano, segundo uma reportagem da Deutsche Welle.
As agências Lupa e Boatos.org também fizeram checagem e desmentiram as publicações.
Ainda de acordo com a Lupa, a verificação foi sugerida por leitores através do WhatsApp da Lupa. Caso tenha alguma sugestão de verificação, entre em contato conosco pelo número +55 21 99193-3751.