Cais do Valongo vai ganhar centro cultural para contar sua história

Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos nas Américas - Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Cais do Valongo, principal porto de entrada de escravos nas Américas é reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Fernando Frazão/Agência Brasil).

O Ministério da Cultura vai criar o Centro de Interpretação do Cais do Valongo no Armazém Docas Dom Pedro II, na zona portuária do Rio de Janeiro. O prédio histórico foi projetado pelo engenheiro negro André Rebouças e abriga atualmente a Organização Não Governamental Ação da Cidadania, que dividirá o espaço com o novo equipamento cultural.

O ministro, Sérgio Sá Leitão, anunciou a medida em um seminário hoje (15) do Circuito Cultura Gera Futuro, no Rio de Janeiro. Ele disse que já foi assinado com a Secretaria de Patrimônio da União o acordo de cessão do espaço ao Ministério da Cultura. “Agora vai ser muito mais fácil reunir os interessados e construir uma solução pactuada.”

O espaço terá informações sobre a importância histórica do Cais do Valongo, porto do mundo que mais recebeu africanos escravizados. O ministro disse que a criação do centro faz parte do compromisso do governo brasileiro com a Unesco, que declarou o Cais do Valongo Patrimônio Mundial. O modo de implantar o projeto será discutido com a sociedade por meio de consultas públicas, seminários e encontros.

O Ministério da Cultura também anunciou que vai reinaugurar na próxima segunda-feira a fachada da Biblioteca Nacional, que está há oito anos coberta por tapumes.

Apesar da obra, a biblioteca estava aberta e teve um recorde de visitantes em 2017, com 100 mil pessoas. Para Sá Leitão, esse número deve crescer com a conclusão da obra. “Foi uma obra de altíssimo nível”, destacou.

Outra obra que terá uma etapa concluída é a reforma do Palácio Capanema, prédio histórico que abriga a sede do ministério no Rio de Janeiro. Segundo Sá Leitão, a reforma da fachada, do teto do pilotis e das esquadrias. Essa etapa da reforma custará R$ 34 milhões, do programa PAC Cidades Históricas/Avançar, e a próxima já está em preparação. “Estamos finalizando o projeto de maneira que haja continuidade”.

O Rio de Janeiro foi a 17ª cidade a receber o seminário, que busca capacitar produtores culturais, artistas e gestores públicos a apresentar projetos mais qualificados e, por outro lado, sensibilizar empresas a direcionar recursos a essas iniciativas via leis de incentivo.

Sobre Darlan Alves Lustosa 8196 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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M Anália Miranda

Que bacana! É hora de recuperar a história, recuperar os direitos e de repensar como saldar dívidas sociais.