Por representar os juros básicos da economia brasileira, a Selic movimenta todas as taxas de juros praticadas no país, desde as que um banco cobra ao conceder um empréstimo a que um investidor recebe ao realizar uma aplicação financeira.
De modo geral, a taxa mais alta impulsiona o desempenho de investimentos em renda fixa, que têm as regras definidas já no momento da aplicação. Assim, o investidor fica sabendo com antecedência o prazo e a taxa de rendimento ou o índice que será usado para valorizar o dinheiro investido. Desta forma, são os investimentos considerados mais seguros para o momento atual.
Entre os principais tipos de investimento em renda fixa, destaca-se a popular poupança, com os benefícios do rendimento mensal contínuo, simples de aplicar e não ser taxada pelo Imposto de Renda. Ademais, ainda há os produtos de emissão das cooperativas, como o RDC (Recibo de Depósito Cooperativo), Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio.
“A renda fixa permite ao investidor encontrar a opção mais adequada, de acordo com o perfil, seja para organizar as finanças, investir o dinheiro de maneira segura ou conseguir aumentar o patrimônio”, afirma Erlivaldo Bandeira, consultor de Negócios da Central Sicredi Norte/Nordeste.
Ao investir no RDC (Registro de Depósito Cooperativo), muito semelhante aos CDBs dos bancos tradicionais, cada aplicação tem um prazo determinado e, na data combinada, o investidor recebe o valor que investiu acrescido da rentabilidade prevista na contratação. Funciona como um empréstimo, mas ao invés de a pessoa solicitar o crédito e pagar juros à instituição, ela faz o oposto: empresta seu próprio dinheiro e a emissora do título pode utilizá-lo para realizar suas atividades.
E nas cooperativas de crédito, o investidor passa também a ter uma rentabilidade extra com a distribuição de resultados financeiros.
Especialista do Sicredi dá 10 dicas para quem quer investir e proteger o patrimônio
Para quem deseja iniciar no universo dos investimentos:
– Não precisa iniciar com metas irreais nem se sentir pressionado caso algo não saia como o planejado. É importante colocar as contas no papel e avaliar quais são as despesas mensais fixas e variáveis, e o quanto está sendo gasto sem necessidade;
– É essencial evitar contrair novas dívidas sem planejamento, mas, se surgir algum imprevisto, é válido procurar por alternativas para diminuir os juros e renegociar o pagamento;
– Poupar para juntar todo o dinheiro necessário para pagar as compras à vista é uma boa opção para não se endividar e conseguir maiores descontos;
– Ao entender melhor a própria realidade financeira, é possível enxergar quantias que podem ser poupadas. Pode ser de 1% ou 2% da renda mensal, o importante é começar com o que é possível e não desistir.
Para quem já possui reserva de emergência e costuma poupar com certa regularidade:
– Passar a dividir o uso da renda de acordo com porcentagens. Exemplo: 50% para gastos fixos (moradia, alimentação, etc), 35% para gastos variáveis (consumo e lazer) e 15% para objetivos financeiros, como pagar dívidas ou investir.
Para quem é investidor assíduo e consegue guardar um valor fixo todos os meses:
– Especialistas em educação financeira costumam indicar a regra “50-30-20”, na qual 50% são destinados a gastos essenciais, 30% para gastos variáveis e 20% para poupança e investimentos;
– É essencial manter o equilíbrio entre viver o presente e guardar para o futuro. Só assim é possível desfrutar dos benefícios que o dinheiro conquistado com tanto esforço pode proporcionar.