Contratação de cantora de Barreiras para festa de padroeiro de Pindaí ascende polêmica e Igreja repudia

Juliana Bonde se apresentaria, junto com banda Bonde do Forró, no dia 24 de junho. Com repercussão, data foi mudada para 22.

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Juliana Bonde da banda Bonde do Forró é natural de Barreiras, na Bahia - Foto: Reprodução

A contratação da banda Bonde do Forró, liderada pela cantora barreirense, Juliana Bonde, causou polêmica entre católicos e moradores de Pindaí, no sudoeste da Bahia. A atração se apresentaria nos festejos juninos, em 24 de junho, dia de São João Batista – santo católico padroeiro da paróquia e da própria cidade.

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Toda a polêmica começou ainda no final de março, quando a Prefeitura de Pindaí divulgou que a cantora se apresentaria nos festejos juninos. Nas redes sociais, os moradores escreveram mensagens contra a contratação, por se tratar da festa de São João.

“É brincadeira isso, não é? Gente, essa mulher não tem uma música que não seja baixaria. Vocês perderam o senso do ridículo, só pode”, escreveu uma das moradoras, nos comentários da publicação da prefeitura.

Mesmo com a repercussão negativa da atração no dia da festa do padroeiro da cidade, a prefeitura manteve a data de apresentação da banda. Nesta semana, a Paróquia São João Batista emitiu uma moção de repúdio.

Repúdio

No documento, a paróquia informou que “membros dos conselhos das pastorais não concordam com a contratação da atração” que se apresentaria no mesmo dia do Jubileu de 60 anos, sob a alegação de que ela “expõe demasiadamente, de forma vulgar, a questão sexual” e “tem em suas composições letras que ferem os princípios cristãos”.

A Prefeitura de Pindaí se manifestou em nota e informou que não houve tentativa de diálogo da igreja para resolver a situação. Disse ainda que a paróquia fez a moção de forma precipitada. Com a repercussão da moção, a data da apresentação de Juliana foi mudada para o dia 22.

A prefeitura afirmou também que ofereceu, ainda no dia do padroeiro, um espaço para que a igreja indicasse um cantor católico para se apresentar. A igreja agradeceu convite, mas recusou e disse que não indicará nenhuma atração católica para se apresentar na cidade.

Polêmica

No ano passado, Juliana Bonde causou polêmica nas redes sociais ao fazer a versão da música “Periquita”, que tem conotação sexual, usando o nome do Padre Fábio de Melo, o que irritou fiéis católicos.

Contratação de Juliana Bonde,a da banda Bonde do Forró, para festa de padroeiro de cidade na Bahia ascende polêmica e Igreja repudia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Pedido do pai

O DJ Maluco, pai da cantora Juliana Bonde e empresário da banda Bonde do Forró, gravou um vídeo e pediu para que o padre que lidera a Paróquia São João Batista reavalie a moção de repúdio.

“Padre, por favor, reavalie. A Juliana não é só aquelas músicas que você está vendo, da ‘periquita’ não. Ela canta música evangélica, inclusive a música ‘Aleluia’, teve uma repercussão maior que a música da ‘piriquita’. O que acontece, padre, é que a Juliana é uma cantora, ela canta o que o povo quer ouvir. Quando você vai para cima do palco, você tem que agitar o povo, brincar. Ela é uma menina jovem, que canta o que a idade dela permite”.

No mesmo vídeo, DJ Maluco aconselhou o padre a “ser como Jesus” e a não atirar pedras em Juliana pelas músicas que ela canta.

“Juliana, eu lhe adianto, é uma pessoa que fez os quatro sacramentos, dizimista da Igreja Católica. Padre, ‘seje’ [sic] que nem Jesus, que se aproximou de Maria Madalena e defendeu Maria Madalena. Imagine se Jesus tivesse ouvido o que falavam de Maria Madalena. Ele falou: ‘quem tiver [não] o pecado, que atire a primeira pedra’”.

A igreja não se pronunciou com relação ao vídeo gravado pelo empresário da atração.

Do G1 Bahia

Sobre Darlan Alves Lustosa 8341 Artigos
Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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