Desmatamento cai no Cerrado; Mas Formosa do Rio Preto e LEM apresentam devastação expressiva

Apesar da redução de 10,4%, áreas que perderam vegetação nativa não foram ocupadas por nada, segundo estudo da Universidade Federal de Goiás.

Desmatamento no Cerrado atingiu 3.931 km² até agosto deste ano, 10,4% a menos do que no mesmo período do ano passado Foto: Lapig/UFG

Os alertas de desmatamento no Cerrado , o segundo maior bioma brasileiro, apontam uma redução da devastação até agosto deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar da queda do desmatamento em todo o Matopiba, os alertas do Deter mostram aumentos expressivos da devastação neste ano em Formosa do Rio Preto (BA) e Luís Eduardo Magalhães (BA), cidades que se constituem como os principais polos da fronteira agrícola em curso.

Entre maio e agosto deste ano, os alertas mostram um desmate de 100 km² em Formosa do Rio Preto, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.

Em Luís Eduardo Magalhães, foram 31,9 km², quase o triplo do que ocorreu nos mesmos meses de 2018.

Desmatar sem ocupar

Um fenômeno, no entanto, vem chamando a atenção de pesquisadores que acompanham os mapas de satélite das áreas de fronteira agrícola: a derrubada da vegetação para não colocar absolutamente nada no lugar.

Muitas das áreas abertas permanecem sem qualquer uso. É o que ocorreu em Sebastião Leal (PI), conforme constataram os pesquisadores do Lapig. Na região, eles acompanharam uma área desmatada de 127 km².

Isto vem ocorrendo principalmente na região chamada Matopiba , uma área de Cerrado mais preservada no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que vem se transformando em uma nova fronteira agrícola para a expansão do cultivo de soja.

A prática de desmatar “para nada” foi detectada por uma pesquisa em curso no Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Imagens de satélite de 2015, 2016 e 2018 mostram que a área permaneceu sem uso consolidado durante todos esses anos.

Os alertas do Deter mostram uma queda expressiva do desmatamento do Cerrado em todo o Matopiba: de 3.476 km² entre maio e agosto de 2018 para 1.452 km² entre maio e agosto deste ano.

O agronegócio já foi considerado um dos principais responsáveis pelo desmatamento, mas a pressão de grandes empresas, que buscam diferentes certificações ambientais para seus produtos, levou a uma mudança de postura.

— A ideia de que o desmatamento não é vantajoso ao setor agropecuário já começa a se consolidar nas discussões que envolvem ONGs, produtores, traders, governo e varejistas — afirma o pesquisador no Lapig da UFG. —Discute-se muito como fazer a agricultura avançar sobre áreas de pastagem, por exemplo.

Os dados consolidados do Prodes, que traz o desmatamento oficial em um ano, apontam uma estabilização da devastação do Cerrado nos últimos três anos e uma redução expressiva a partir de 2006.

Uma outra explicação para essa redução é o já elevadíssimo índice de perda de cobertura vegetal do Cerrado. Mais da metade do bioma já foi devastada, o que diminui, por razões lógicas, a quantidade de áreas com possibilidade de serem desmatadas.

com informações de O Globo

Sobre Darlan Alves Lustosa 8329 Artigos
Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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