Estação Ecológica do Rio Preto; uma remanescente de floresta da Mata Atlântica e do bioma Cerrado

Por Luciana Roque | Portal do Cerrado

Vinte e dois quilômetros de distância separam o vai e vem de carros e o burburinho da região central de Formosa do Rio Preto de uma floresta cheia de biodiversidade. Trata-se da Estação Ecológica do Rio Preto, localizada nos Municípios de Formosa do Rio Preto (85%) e de Santa Rita de Cássia (15%), numa área de 4.757 hectares.

Preservado por legislação ambiental, o local tem visitação proibida. O desrespeito pode acarretar em multa e até detenção. A Estação Ecológica do Rio Preto foi criada em 06 de junho de 2005, considerando a importância do Rio Preto, afluente do Rio Grande, e a necessidade de evitar as ações humanas desordenadas, tendo a Pesquisa Científica como principal objetivo da criação. Foi considerado ainda, as características naturais da área abrangida, a exemplo dos remanescentes de florestas da Mata Atlântica e do bioma Cerrado, seu patrimônio cultural e ecológico e o apreciável valor cênico constituído pelo conjunto.

A Estação Ecológica é um local para pesquisas e cortada pelo Rio Preto, importante afluente do Rio Grande que desagua no Rio São Francisco – Foto: Portal do Cerrado

A Estação Ecológica do Rio Preto possui 37 quilômetros de perímetro, sendo sete quilômetros margeando o Rio Preto, 17 trilhas para monitoramento e fiscalização, totalizando 42 quilômetros e quatro mirantes de observação. A estação dispõe de Conselho Gestor, constituído por 30 membros eleitos, com representantes do Poder Público, Sociedade Civil e Empreendedores Locais e a presidência é exercida pelo representante do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA, Iedo Rodrigues Vitor. A unidade possui ainda sede, garagem para barco de fiscalização e caminhonete.

Sede da Estação Ecológica Rio Preto localizada na BA-225 entre Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, no Oeste baiano – Foto: Darlan Alves Lustosa | Portal do Cerrado

Este paraíso ecológico guarda uma rica biodiversidade, com uma fauna exuberante e diversificada. É um refúgio para espécies ameaçadas de extinção, sendo comum a ocorrência de veado, cotia, tatu, tamanduás bandeira e mirim, raposa-do-campo e o imponente e simbólico, considerado o maior felino das américas, a onça pintada que, de tão importante e significativo para o ecossistema regional, estampa a logomarca da Estação Ecológica do Rio Preto.

Em se tratando de flora, é comum a ocorrência de Ipês amarelo, rosa e roxo, Caju-do-cerrado, Buriti, Jatobá, Angelim, Aroeira-do-sertão, Baraúna, Jacarandá e Peroba.

Árvores nativas da Estação Ecológica Rio Preto- Foto: Portal do Cerrado

Segundo o Gestor da Estação Ecológica do Rio Preto, Iedo Rodrigues Vitor, a maior ameaça à estação é a caça, “Devido a exuberância de animais e o risco de incêndios florestais, considerando que o território da Unidade é cercado de propriedades com empreendimentos agropecuários e cortado por uma rodovia
BA 225, que liga Formosa do Rio Preto a Santa Rita de Cássia”, afirma Iedo Vitor.

Para proteger a área, a Estação Ecológica possui um quadro composto por 16 servidores, dentre os quais são 12 vigilantes armados, que divididos em equipes, garantem a segurança em tempo integral, Guarda-parques que realizam o monitoramento em rondas motorizadas em moto e em barco, “Eles percorrem todas as trilhas, mirantes e o curso do Rio Preto para coibir presença de caçadores, incêndios e demais ameaças a integridade ambiental da Estação. Além de operações de fiscalização conjunta, envolvendo a Policia Militar, CIAC e Policia Ambiental”, finalizou Iedo.

A Estação Ecológica do Rio Preto integra o grupo de Unidade de Proteção Integral, a mais protetiva, considerando que a maioria no Brasil são do outro grupo, de Uso Sustentável. Devido a exuberância de sua fauna é considerada um “zoológico a céu aberto” e está prestes a receber pesquisadores e acadêmicos de três instituições: UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia, UNEB – Universidade do Estado da Bahia e Secretaria de Educação de Formosa do Rio Preto, constituídos em seis Projetos de Pesquisas Científicas.

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Comentários (1)
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  • Miriam Hermes

    Parabéns pela matéria.