O nível de tensão dos produtores do agronegócio no Oeste da Bahia foram elevados com a guerra na Ucrânia. A região é um dos maiores polos de produção de alimentos e fibras têxteis do país.
Segundo a coluna Satélite do jornal Correio, desde o acirramento do cerco econômico deflagrado contra a Rússia pelos Estados Unidos e União Europeia, com sanções cada vez mais duras, o temor se tornou crescente entre produtores da região preocupados com os efeitos do conflito sobre o abastecimento de insumos agrícolas para o Brasil, especialmente fertilizantes. Para se ter dimensão do estrago, os fabricantes russos responderam por 22% do total de 41,1 milhões de toneladas de fertilizantes importados pelo país em 2021.
Para o presidente da Aiba – Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, Odacil Ranzi, as barreiras comerciais impostas em reação aos ataques das tropas comandadas por Vladimir Putin no país vizinho virou a maior fonte de dor de cabeça para os produtores da região, líderes do setor no estado.
“Com a diminuição na oferta, o preço dos fertilizantes vai disparar. A preocupação no Oeste é muito grande, assim como no Brasil inteiro. O reflexo no agronegócio será bastante negativo. Já estamos presenciando problemas pontuais, com dificuldades de entrega de produtos”,
destaca Ranzi
Em efeito cascata, a menor quantidade de insumos imprescindíveis para o bom desempenho das lavouras provocará queda na safra de grãos, sobretudo soja e milho, e o consequente salto no custo dos alimentos. Ou seja, comer será mais caro e difícil em boa parte do mundo se a guerra perdurar, além dos prejuízos à economia baiana e à balança comercial do país, onde o agro tem papel fundamental