Maggi: proibição do glifosato pode inviabilizar safra de soja e milho

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, fala sobre o projeto que flexibiliza uso de agrotóxicos no país.Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasil

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse hoje (28) que, se a proibição do uso do glifosato for mantida, as safras de milho e soja podem ser inviabilizadas. “Nós não temos um produto que substitua o glifosato nesta safra, neste período. Fica muito difícil levar adiante já que o Brasil planta 95% da sua área de soja e milho com plantio direto e o glifosato é a base desse processo. Não tê-lo significa não conseguir colher. Um prejuízo bastante grande”, disse após participar de um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o ministro, os produtores não estão preparados para uma interdição ao herbicida. “O glifosato é a base para a dessecação e o plantio direto. Nós não temos mais nas fazendas grades, arados, esses instrumentos mecânicos para preparar o solo. Tudo é na base química. Não usá-lo significa não ter a possibilidade de plantar”, acrescentou

Possível cancerígeno

Conhecido comercialmente como Roundup, o glifosato é um herbicida usado contra ervas daninhas indesejadas em produções agrícolas. No último dia 7, a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara da Justiça Federal em Brasília, determinou a suspensão de registro de todos os produtos que utilizam tiram, abamectina e glifosato.

Em liminar, a magistrada disse que as substâncias não devem ser usadas ou comercializadas até que se feita uma reavaliação toxicológica das substâncias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A juíza ressalta que o glifosato é apontado como possível cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Na última sexta-feira (24), a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com recursos contra a liminar que suspendeu o uso do glifosato. Maggi disse que espera uma decisão favorável ao recurso ainda hoje.

O ministro destacou ainda que o produto tem se mostrado confiável. “Difícil aparecer um produto tão seguro quanto o glifosato. Ele é biodegradável, está há muitos anos no mercado. É bastante barato”, defendeu.

No entanto, Maggi disse que, caso seja provado que a substância traz riscos à saúde, os produtores precisarão se adaptar. “Se houver uma comprovação de que ele efetivamente mal para a saúde, claro que nós não devemos usá-lo. Mas temos que ter um prazo para que a indústria química coloque algum produto para substituí-lo

Sobre Darlan Alves Lustosa 8341 Artigos
Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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