Morreu na segunda-feira (4), em Formosa do Rio Preto, na Bahia, Irineu Bento Demarchi, conhecido como Cebinho, aos 83 anos. Ele vivia na cidade desde 1995 e foi sepultado na manhã desta terça-feira (5).
Piloto ficou conhecido por envolvimento em assalto histórico
Paulista, Cebinho ganhou notoriedade nacional ao pilotar o avião utilizado na fuga dos criminosos responsáveis pelo famoso assalto ao Banco do Brasil, ocorrido em 1988, na cidade paranaense de Goioerê.
O caso, considerado até hoje como o assalto mais longo da história do Brasil, teve ampla repercussão à época. A aeronave foi uma exigência dos assaltantes para a fuga e troca de reféns, que envolveu ainda um padre e uma freira.
Irineu trabalhou por muitos anos com a família Okamoto, um dos desbravadores da região da Coaceral, e era uma figura conhecida no meio da aviação regional, com fama de piloto folclórico com suas histórias da aviação. Em Formosa do Rio Preto cultivou grandes amigos e não é difícil encontrar quem não tenha uma história dele para contar.
Antes da popularização dos drones, o fotógrafo João Xavier, figura icônica em Formosa do Rio Preto, viveu uma experiência memorável para capturar uma imagem aérea da cidade. Na ocasião, foi preciso improvisar para realizar o trabalho.
O voo partiu do antigo “campo de avião” da cidade. Segundo Xavier, o painel do pequeno avião que seria usado estava quebrado. Sem perder tempo, Cebinho realizou os reparos necessários ali mesmo, no chão, e decolou.
Durante o voo, Xavier percebeu que a altura inicial não permitia captar toda a cidade na fotografia. Sem hesitar, pediu ao piloto para subir mais. Quando o avião atingiu a altitude máxima possível, ele olhou pela janela, mas ficou desorientado: não reconhecia a época, Formosa do Rio Preto lá de cima.
Foi então que Cebinho fez uma manobra ousada que deixou o fotógrafo assustado. Com habilidade, mergulhou com a aeronave de cabeça para baixo até alcançar a altura ideal para que o fotógrafo registrasse toda a cidade.
Homenagens em Goioerê
A notícia da morte de Cebinho repercutiu entre amigos e familiares, tanto em Formosa do Rio Preto, como em Goioerê, onde ainda residem colegas de longa data. Por anos, manteve um balneário às margens do Rio Preto em Formosa do Rio Preto.
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