No Rio, Malala visita projeto de grafite e assiste a futebol na praia

Ana Luíza Marques/Direitos Reservados/Agência Brasi

Após visitar São Paulo e Salvador, a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2014, desembarcou no Rio de Janeiro e conheceu na tarde de hoje (11) um projeto que aborda os direitos da mulher negra por meio do grafite. Trata-se do AfroGrafiteiras, desenvolvido pela Rede Nami.

Malala visitou um dos locais onde o projeto é desenvolvido: a comunidade Tavares Bastos, no bairro do Catete, zona sul do Rio de Janeiro. Ali, conheceu obras de mais 100 artistas colorem muros no local. Convidada, paquistanesa se arriscou no spray e deixou um registro próximo a uma imagem da vereadora Marielle Franco, símbolo da luta pelo direito das mulheres, assassinada em março desse ano. A ativista também recebeu de presente um quadro e foi homenageada com um grafite.

“Usamos o grafite como forma de educação. Esperamos que, através dele, as mulheres consigam entender os seus direitos”, explica a grafiteira Panmela Castro, fundadora da Rede Nami. Ela defende a arte de rua como um instrumento para expressar inquietações e incentiva as mulheres a se aventurarem pelo grafite e promoverem mudança por meio dele.

Panmela já coloriu paredes em diferentes cidades do mundo, como Berlim, Toronto e Joanesburgo. Sua trajetória na arte remonta a 2008, quando criou o projeto “Grafiteiras pela Lei Maria da Penha”, que promove oficinas em escolas públicas. No projeto AfroGrafiteiras, a cada ano, uma turma de mulheres participa de um curso de oito meses. Chegando em sua quarta edição, a iniciativa já soma mais de 100 beneficiadas.

Após a visita à comunidade Tavares Bastos, Malala assistiu à partida da semifinal da Copa do Mundo entre Croácia e Inglaterra em um quiosque de Copacabana, acompanhada de seu pai. A previsão é de que ela fique no Rio de Janeiro até sexta-feira (13). A ativista comemora seu aniversário amanhã (12), quando completará 21 anos.

Atentado

Malala recebeu Prêmio Nobel da Paz quando tinha apenas 17 anos, se tornando a pessoa mais jovem a alcançar o feito. Ela é conhecida por sua luta em defesa do acesso das mulheres à educação na região de sua terra natal, no nordeste do Paquistão. Com o incentivo de seu pai, que é professor, Malala começou a escrever para veículos ingleses aos 11 anos relatando o seu cotidiano. Com o aumento de sua popularidade, ela foi alvo de uma tentativa de homicídio realizada por talibãs em 2012.

Após sobreviver ao atentado, a ativista se mudou para a Inglaterra , onde passou a liderar um movimento internacional pelo direito à educação. No fim de março, ela retornou ao Paquistão pela primeira vez desde que deixou o país.

Nobel prize winner Malala Yousafzai plays a penalty kick during a meeting with teenage girls from Complexo da Penha who work with football organization Street Child United at Copacabana beach in Rio de Janeiro, Brazil July 11, 2018. REUTERS
Malala faz um pênalti durante encontro com garotas adolescentes do Complexo da Penha que trabalham com organização de futebol Street Child United na praia de Copacabana – Ricardo Moraes/Reuters/Direitos Reservados
Sobre Darlan Alves Lustosa 8329 Artigos
Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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