

Jorge Mario Bergoglio, foi o papa responsável pela canonização da primeira santa brasileira. Naquele 13 de outubro de 2019, o Papa Francisco canonizou Irmã Dulce, durante uma cerimônia no Vaticano. A baiana Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes se tornou a primeira santa nascida no Brasil, reconhecida oficialmente como Santa Dulce dos Pobres. O momento histórico fortaleceu ainda mais os laços entre o pontífice e o povo brasileiro.
Primeira santa brasileira exaltada diante de milhares
A celebração aconteceu em uma manhã de domingo, na Praça São Pedro, e reuniu cerca de 50 mil fiéis, conforme dados do Vaticano. Além de Irmã Dulce, foram canonizados outros quatro beatos: João Henrique Newman, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan e Margarida Bays. A cerimônia foi conduzida com o tradicional rito da canonização, iniciado com a leitura das biografias dos novos santos pelo cardeal Angelo Becciu.
Posteriormente, após a ladainha dos santos, o Papa Francisco declarou solenemente a santidade de cada um deles com a leitura da fórmula de canonização. O trecho mais marcante da declaração dizia:
“Declaramos e definimos santos […] Dulce Lopes Pontes […] e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos.”
Francisco: fé, gratidão e periferias existenciais
Durante a homilia, o Papa Francisco emocionou os fiéis ao destacar o verdadeiro significado da gratidão e da vida de fé. Ele afirmou que agradecer não deve ser visto como uma formalidade, mas sim como um ato de fé autêntico. “Agradecer não é questão de cortesia, mas de fé”, disse o pontífice, reforçando a importância de reconhecer a presença divina nas ações do dia a dia.
O Papa também destacou que três dos novos santos eram freiras, como Irmã Dulce, e elogiou o trabalho delas nas “periferias existenciais do mundo”. Em outras palavras, o pontífice evidenciou que a santidade pode brotar onde há sofrimento, abandono e desigualdade — lugares onde a “Anjo bom da Bahia” atuou com tanta entrega e amor.
Um papa com alma latino-americana e coração brasileiro
Mesmo sendo argentino, Francisco manteve uma ligação especial com o Brasil. Sua primeira viagem como pontífice foi à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, em 2013. Como resultado, sua imagem ficou marcada por gestos simples, falas acessíveis e pela proximidade com os fiéis brasileiros.
Agora, com sua morte aos 88 anos, nesta segunda-feira (21), sua memória se eterniza também por ter reconhecido, com sua autoridade máxima, a santidade de Irmã Dulce, uma mulher que viveu para os mais pobres, assim como ele acreditava que a Igreja deveria viver.
Siga o canal no WhatsApp e leia mais em Portal do Cerrado
Siga o canal no WhatsApp e leia mais em Portal do Cerrado