Pretinho, escurinho, crioulo, negrinho, pixaim… são alguns adjetivos usados pelos sádicos para nominar enfaticamente um NEGRO ou alguém que quer suavizar e dar brancura ao preconceito ora escancarado ora velado a milhões de brasileiros. É isso mesmo, num dos países mais NEGROS, também ocorre a maior incidência de discriminação racial.
Em quaisquer dos casos dói, dói a dor não sentida e não mensurada por quem não passa por situação semelhante, antes mais ainda, daqueles que precisaram de uma data no calendário para que se tivesse a oportunidade de refletir sobre tais questões. 20 de novembro, uma alusão ao aniversário do maior líder negro já conhecido na história nacional – ZUMBI DOS PALMARES –
que transformou não apenas uma causa sua, mas também dos irmãos negros que sofriam com as chibatadas que o destino insistia em arremessar, numa questão de sobrevivência pela qual deu a sua própria vida.
Preconceito? Sim, com os “despachos”, pratos fartos e regados com aguardentes deixados nas encruzilhadas para “matar a fome” e “adormecer” o corpo e a alma daqueles escravos que se embrenhavam na mata fugindo dos seus algozes e da situação degradante. Capoeira – dança usada para reunir aquele povo que queria suavizar as feridas e a labuta diária com gestos e cantos que penetravam fundo na alma, curavam as dores e cicatrizavam as feridas que a história tenta reparar ao longo do tempo.
Então, em pleno século XXI ainda cabe a discriminação com um povo de cor negra e que interferiu decisivamente na mistura de tantas raças e povos que matizaram e se tornaram o BRASILEIRO?
Oxalá! É hora, irmãos, de saber que na pele branquinha ou pretinha, cabelo liso ou crespo, lábios finos ou grossos corre o mesmo sangue vermelho, puro, latente e africanizado.
Marinélia Rocha
Marinélia Rocha é graduada em Letras/Português pela UESPI, Pós-Graduada em Língua Portuguesa e Literatura pela PROMINAS. Professora das Redes Municipal e Estadual, atualmente Gestora Escolar.
A Consciência é o caminho mais curto para termos uma sociedade justa!