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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, participou, na segunda-feira (10), de uma roda de leitura e da entrega de 870 livros doados pela Fundação Biblioteca Nacional a presos do Conjunto Penal de Barreiras, na Bahia.
A visita faz parte do Projeto Mentes Literárias, que busca incentivar a leitura no sistema prisional brasileiro. Atualmente, cada livro lido permite a redução de quatro dias de pena, com limite de 12 livros por ano, possibilitando um desconto de até 48 dias na sentença.
Leitura como ferramenta de transformação
Com cerca de 450 detentos, o presídio recebeu a ação, que contou com a participação de 15 internos. O livro escolhido foi “De Marte à Favela”, da jornalista Aline Midlej e do ativista Edu Lyra, que aborda desigualdade social e superação da pobreza. Durante o evento, os detentos comentaram trechos e compartilharam reflexões sobre o impacto da leitura em suas vidas.
Além disso, foi lançado o livro “Laços – das construções às restaurações”, reunindo textos escritos por profissionais e presos do complexo penal.
O ministro Luís Roberto Barroso destacou que a leitura é essencial para a ressocialização e um dos pilares do Plano Pena Justa, iniciativa do CNJ e do Ministério da Justiça para melhorar as condições do sistema prisional.
“As pessoas presas têm direito à educação, ao trabalho, à cultura e à leitura. Muitas vezes, a prisão física não impede uma libertação espiritual que a leitura pode promover”, afirmou o presidente do STF.
Parcerias para capacitação e trabalho
Durante o evento, o CNJ firmou acordos de cooperação técnica para ampliar a oferta de trabalho e qualificação profissional aos detentos. As parcerias incluem:
- Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras – oferta de vagas de trabalho.
- Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e Senai – cursos de capacitação técnica.
- Instituto da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – construção de uma oficina-escola dentro do presídio.
O evento contou com a presença do conselheiro do CNJ José Rotondano, da presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Cynthia Maria Pina Resende, do secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Werner, e do secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Castro.
A iniciativa reforça o papel da leitura como instrumento de transformação e ressocialização no sistema carcerário. Para o conselheiro José Rotondano, projetos como o Mentes Literárias ajudam a desmistificar preconceitos e abrir novas oportunidades para quem busca um recomeço.
“Eu acredito no ser humano. Acredito no poder da leitura. Acredito na transformação da vida das pessoas privadas de liberdade”, concluiu Rotondan.
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