Os professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) decidiram, ontem, quinta-feira (4), entrar em greve por tempo indeterminado. Em assembleia realizada pela categoria, a decisão foi tomada por 141 votos favoráveis, enquanto 62 docentes votaram contra e dois se abstiveram.
Na tarde de quarta (3), a categoria, em conjunto com estudantes do Departamento de Educação, ocuparam o prédio da Reitoria, na tentativa de sensibilizar o governo do estado e a gestão universitária quanto às reivindicações pretendidas.
Durante a assembleia desta quinta, foram expostas as principais reivindicações, discutidas desde 2016. Segundo a Seção Sindical dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), somente na Uneb, mais de 400 professores esperam por promoções e alterações de regime de trabalho.
Ainda de acordo com a Aduneb, há quatro anos a categoria está sem receber o reajuste das perdas inflacionárias, o que acumula um prejuízo de mais de 25% do salário do professor. Para a coordenadora geral da Aduneb, Ronalda Barreto, “o contingenciamento orçamentário, imposto pelo governo Rui Costa, colocou a Uneb em profunda crise, comprometendo o ensino, a pesquisa e a extensão”.
Aluno do último semestre do curso de Relações Públicas e membro do Centro Acadêmico, João Paulo Brito, 23 anos, enfrenta a segunda greve desde que começou a estudar na instituição, em 2015. “Infelizmente, o governo está sucateando a educação. Os cortes de programas essenciais à universidade e o contingenciamento de verba estão deixando a universidade pública, gratuita e popular, em uma situação de subsistência”, disse ele.