O filme “Ainda Estou Aqui”, produção original do Globoplay, recebeu três indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e melhor atriz para Fernanda Torres. Pela primeira vez, uma obra brasileira disputa a principal categoria da premiação. A trama retrata a luta de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, em busca de justiça após o assassinato do marido pela ditadura militar brasileira.
Quem foi Rubens Paiva?
Rubens Beyrodt Paiva (1929-1971) foi engenheiro e político, eleito deputado federal pelo PTB em 1962. Apoiante da democracia, teve seu mandato cassado após o Golpe Militar de 1964 e se exilou. Retornou ao Brasil, mas permaneceu sob vigilância do regime, sendo preso em 1971, torturado e morto por agentes do DOI-CODI, como aponta historiadores brasileiros.
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Embora seu corpo nunca tenha sido encontrado, e a versão oficial do regime afirmava que ele havia sido resgatado por militantes. No entanto, investigações da Comissão Nacional da Verdade apontam seu assassinato de forma brutal, pelos militares.
A luta de Eunice Paiva
Após a prisão e desaparecimento do marido, Eunice Paiva iniciou uma batalha judicial pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado. Seu filho, o escritor Marcelo Rubens Paiva, eternizou a história no livro “Ainda Estou Aqui”, publicado em 2015 e agora adaptado para o cinema.
Reconhecimento e justiça tardia
Em 1996, a Lei dos Desaparecidos Políticos reconheceu oficialmente a morte de Rubens Paiva. Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade confirmou sua execução, apontando os responsáveis, mas as investigações ainda enfrentam entraves judiciais devido à Lei da Anistia.
Rubens Paiva dá nome a uma estação do Metrô do Rio de Janeiro, a um terminal em Santos e a um busto no Rio de Janeiro.
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