Ruth Kedar nasceu em Campinas, São Paulo, em 1955. Ainda adolescente, mudou-se com a família para Israel, onde estudou arquitetura e abriu seu próprio estúdio. Depois de cinco anos como arquiteta, decidiu seguir outro caminho e se mudou para os Estados Unidos, onde iniciou o mestrado em Design na Universidade de Stanford. Neste sábado (27), quando o Google comemorou seu 27º aniversário com o doodle de seu logo original, seu nome voltou aos holofotes como a brasileira que ajudou a construir a identidade da gigante da internet.
“Ao celebrarmos o aniversário do Google hoje, relembramos nosso humilde começo como um projeto de pesquisa em uma garagem — a prova de que momentos decisivos podem começar em lugares comuns”, diz a empresa.
O talento da brasileira logo chamou atenção. A Adobe contratou Ruth para desenvolver um projeto promocional, e, em pouco tempo, ela se tornou Diretora de Arte da empresa. Mais tarde, voltou a Stanford como professora visitante, onde conheceu dois jovens doutorandos: Sergey Brin e Larry Page.
O encontro que mudaria tudo
Foi em Stanford que os fundadores do Google procuraram Ruth Kedar. O pedido era direto: criar um logotipo para uma nova startup de buscas. Ruth não subestimou a ideia e mergulhou no projeto.
Ela escolheu a fonte Catull, que unia tradição e modernidade, e apostou nas cores primárias — associadas à infância e à criação infinita de combinações. O resultado foi um logotipo simples, memorável e cheio de significado, que se tornou a identidade visual de uma das maiores empresas do mundo.
Um legado que atravessa gerações
O trabalho de Ruth Kedar não apenas deu rosto ao Google. Ele inspirou a criação dos famosos Google Doodles, que celebram personalidades, datas e eventos históricos. Mesmo com mudanças ao longo do tempo, a essência criada por ela continua presente.
Ruth conta que Larry e Sergey sempre pensaram no projeto como algo a longo prazo. Assim, era preciso que a marca tivesse a consistência necessária para atravessar décadas.
Entre o final dos anos 1920 e o início de 1930, os avós de Ruth deixaram a Polônia para escapar da perseguição enfrentada pelos judeus. “Eles estavam em busca de um refúgio seguro, uma terra onde pudessem vislumbrar um futuro mais brilhante e seguro para seus filhos”, diz ela.
O Brasil foi o destino escolhido. Seguindo os costumes da época, um membro da família partiu primeiro para encontrar a cidade ideal.
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