Secretária de Saúde de Formosa do Rio Preto não reúne mais as condições de permanecer no cargo

A crise na saúde pública de Formosa do Rio Preto atingiu um nível insustentável. A secretária de Saúde Edna Cristina já não reúne mais condições de continuar à frente da pasta mais problemática do desastroso governo de Manoel Afonso (PSD). Seu nome, que já estava desgastado por uma gestão marcada por falta de médicos, medicamentos, exames e estrutura hospitalar, agora se torna o retrato do colapso da saúde pública no município.

Uma gestão marcada pelo caos e pela incompetência

Tina assumiu o cargo em 6 de setembro de 2024, após a saída conturbada do ex-secretário João Rocha, que entregou sua carta de demissão diante do agravamento da crise, iniciada no seu antecessor. Desde então, a saúde municipal afundou ainda mais. Postos de saúde operam no limite, o hospital municipal segue em condições precárias de higiene e estrutura, e exames básicos, como raio-X, simplesmente não são feitos na cidade. Vale ressaltar que o aparelho novo foi adquirido na gestão de Termosires Dias. Outro equipamento importante, também adquirido na gestão passada e agora inoperante, é o de ultrassom.

Além disso, pacientes internados sofrem com o calor infernal do cerrado baiano, com aparelhos de ar condicionado quebrados e sem manutenção.

As imagens mostram a instalação elétrica em estado crítico de deterioração. Os fios estão queimados e derretidos, com sinais visíveis de superaquecimento e curto-circuito. Há isolamento derretido e exposto, indicando um alto risco de incêndio ou choque elétrico.

Além disso, os tubos metálicos e conexões aparentam corrosão, e a parede ao redor apresenta marcas de fuligem e queimadura, reforçando a gravidade da situação.

A população peregrina para cidades vizinhas em busca de atendimento, enquanto a secretaria segue estagnada, sem ações concretas para resolver os problemas. A pasta com recursos milionários está sob investigação, após a Operação USG deflagrada pela Polícia Civil da Bahia.

Secretária sofre na própria pele o colapso da saúde

O ápice da tragédia aconteceu quando a própria secretária precisou de atendimento médico e não encontrou suporte na rede de saúde que ela mesma administra. Sem diagnóstico adequado em Formosa do Rio Preto, Tina foi levada para uma unidade de saúde em Cristalândia, no Piauí, um dos municípios mais pobres do estado, onde passou por atendimento. Dada a gravidade do caso, foi transferida às pressas para o Hospital do Oeste, em Barreiras, para uma cirurgia de emergência.

Se nem a secretária da pasta conseguiu atendimento adequado no município, o que resta para os cidadãos comuns que não têm influência política ou condições de buscar ajuda em outro estado?

Pacientes desesperados: revolta ganha proporções violentas

A indignação com o estado de calamidade da saúde pública tem levado pacientes ao extremo. Na semana passada, um homem quebrou a porta do posto de saúde da localidade de Canabrava, após ter o atendimento negado momentos antes do horário de almoço.

O paciente, que havia cortado a língua e sentia dores intensas, precisava de atendimento urgente. Sem alternativa, viajou 40 km até o Hospital Municipal Altino Lemos Santiago, cujas iniciais ironicamente remete ao acrônimo “HMALS”. O acrônimo, parece simbolizar o que a população vem enfrentando: um sistema de saúde caótico e sem assistência digna.

O episódio reforça o nível de desespero que a população enfrenta. A revolta cresce e a paciência dos cidadãos está chegando ao fim.

Centro de Especialidades fechado e erros graves na regulação

Além do colapso geral no atendimento básico, o Centro de Especialidades Médicas está fechado desde o ano passado, impossibilitando que a população tenha acesso a cardiologistas, ortopedistas, neurologistas e outros especialistas. Pacientes com doenças crônicas não conseguem acompanhamento, agravando ainda mais suas condições de saúde.

A situação da regulação hospitalar é caótica. Há casos de pacientes que passam meses internados aguardando transferência para outras unidades de maior porte. Em um dos casos mais graves, um paciente foi enviado para casa com um exame trocado, levantando um alerta gravíssimo: será que a medicação administrada a ele estava correta? Ou ele recebeu um tratamento com base no exame errado?

O fato é que este paciente retornou a unidade de saúde no dia seguinte, que com muita cobrança, foi transferido para o Hospital do Oeste, onde passou meses internado. Agora em tratamento domiciliar, não recebe sequer visitas constantes da equipe médica

A falta de controle e organização no sistema de saúde de Formosa do Rio Preto coloca vidas em risco diariamente. A população está abandonada à própria sorte, sem nenhuma expectativa de melhora real na gestão da saúde.

Crise política: Secretária pressionada e base governista silenciosa

O colapso na saúde não é novidade, mas o silêncio da base governista da Câmara de Vereadores tem sido ensurdecedor. Ainda assim, recentemente, Tina foi posta contra a parede na casa de um vereador aliado do governo. Fontes indicam que a conversa tomou um rumo hostil, a ponto de a secretária lembrar ao vereador que ele responde a um inquérito ligado à mesma pasta que ela comanda.

Outra fonte aponta que Tina tentou antecipar a reunião ao saber que seria chamada para se explicar diante dos vereadores aliados, evitando um confronto direto sobre a gestão desastrosa da saúde.

O que chama atenção é que a população, nas urnas, deu um voto de confiança a esses vereadores, que jamais levantaram a voz contra o caos da saúde durante os últimos quatro anos. Pelo contrário, a Câmara hoje é formada por 8 vereadores governista, contra 3 da oposição. O resultado? O município agoniza, enquanto os responsáveis fazem vista grossa.

Enquanto Formosa afunda, municípios vizinhos dão exemplo

O contraste com outras cidades da região é evidente. Cristalândia, mesmo sendo uma das cidades mais pobres do Piauí, demonstrou mais competência no atendimento que Formosa do Rio Preto. Já Riacho Frio, governada pelo sobrinho do prefeito Neo, avança com projetos estruturantes e melhorias na administração pública, enquanto Formosa segue atolada na ineficiência e no descaso.

O governo de Neo perde o controle

A permanência de Edna Cristina na Secretaria de Saúde se tornou insustentável. Seu desgaste é irreversível, e sua gestão já não tem respaldo político, técnico ou popular. A cidade exige mudanças urgentes, mas o governo de Neo segue paralisado, sem apresentar qualquer solução real para a crise.

Diante desse cenário, a pergunta que fica é: será que ainda há esperança para a saúde pública de Formosa do Rio Preto sob a gestão desastrosa de Neo, que ainda tem no governo a esposa, a filha e agora um genro desconhecido que caiu de paraquedas na cidade e já aboncanhou uma das secretarias mais importes da gestão.

Fontes apontam que pasta deverá ser alvo de um novo escândalo.

Como disse Bira Lisboa em artigo recente, [o] … “comando de uma Secretária de Saúde que pode até ter boa vontade, mas lhe falta experiência e autonomia”.

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*Este texto foi acrescento o último parágrafo.