O cerrado é uma das áreas mais ricas do Brasil, e cobre quase 20% do território nacional. As muitas espécies de plantas e animais presentes no bioma fazem dele um dos ambientes mais diversificados do país. Essa biodiversidade inclui frutas típicos, como o pequi, o araticum, o buriti e a cagaita.
Pesquisadores do Departamento de Ciência dos Alimentos, da Universidade Federal de Lavras, a UFLA, tem o objetivo de agregar valor às frutas do cerrado e ampliar o seu alcance no mercado nacional. Para isso, desenvolvem e estudam novos produtos como doces e geleias.
“Esses frutos são pouco conhecidos na maior parte do país e são sazonais (frutificam em períodos específicos do ano). Essas características dificultam a comercialização desses produtos in natura. Então a maneira de aumentar o consumo e agregar valor a esses frutos é processá-los como produtos que possam ser comercializados, e assim atingir um publico maior”, explica a professora Vanessa Rios de Souza.
Inicialmente, seis frutas foram estudadas para a produção de sucos: araçá, buriti, cajá, cagaita, mangaba e marolo. Foram feitos testes físico-químicos para avaliar o valor nutricional das polpas. Segundo Vanessa Rios, as frutas do cerrado são de grande riqueza nutricional. “Alguns se destacam muito. Por exemplo, o marolo é um fruto que tem alta concentração de carotenoides e alto teor antioxidante”, conta.
A pesquisadora lembra que são polpas que apresentam também um sabor diferente. “Considera-se peculiar, a gente chama esses frutos até de exóticos, porque muitos consumidores não estão acostumados”, explica. Por meio de avaliações feitas pelo público, os pesquisadores analisaram a aceitação das frutas. Um total de 100 consumidores deu notas aos sucos em relação a aspectos sensoriais: aparência, aroma, sabor e uma impressão global do que acharam do produto.
Os resultados mostraram que a aceitação variava entre as frutas. Algumas, com sabor mais forte, pontuaram menos que outras. Com base nos testes nutricionais e sensoriais, foram selecionadas três frutas para compor os sucos mistos: marolo, cagaita e mangaba. A proporção indicada para os sucos é de 0 a 70% de marolo, de 10 a 70% de cagaita e 10% de mangaba.
“Vimos que o marolo e a cagaita poderiam ser usados em maior proporção e a mangaba em menor. Era o que dava a melhor resposta. Mas a proporção exata, se eu quero colocar mais marolo ou cagaita dentro dessa faixa, depende do custo e da disponibilidade do fruto”, diz Vanessa Rios.
Além de desenvolver um suco misto das frutas do cerrado, outro objetivo do projeto é torná-lo funcional. “Devido às demandas do mercado e ao perfil do consumidor atual, queríamos desenvolver um suco funcional, com fibras. Assim, esse produto poderá auxiliar o funcionamento do intestino e trará uma série de benefícios além do valor inerente nutritivo”, conta a pesquisadora. Estão sendo testadas fibras elementares, para identificar qual influencia menos na textura, viscosidade e aceitação do produto. O suco também é diet.
Leia também:
Para chegar ao mercado, a pesquisadora destaca que seria interessante avaliar ainda processos de conservação dos sucos: definir qual o tratamento térmico ideal e qual a vida útil do produto. A pesquisa conduzida na UFLA tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
A pesquisadora coordena um projeto de desenvolvimento de sucos mistos e funcionais com frutas do cerrado.
Confira, no podcast Ondas da Ciência!
Confira o original no link abaixo:
avião com pelo menos 16 pessoas a bordo caiu, neste domingo (8/6), na cidade de…
Um homem foi morto a tiros em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste da Bahia, no…
Um oficial de justiça aposentado, identificado como João Alves Nunes, de 66 anos, foi encontrado…
Fila de ambulâncias em frente ao Hospital do Oeste (HO), em Barreiras, nos últimos dias,…
A Polícia Civil da Bahia prendeu, na quinta-feira (5), uma mulher suspeita de matar o…
Operação Ipiranga da Polícia Civil de Luís Eduardo Magalhães, desarticula grupo criminoso suspeito de roubo…
This website uses cookies.