
Um relatรณrio produzido pelo Fundo das Naรงรตes Unidas para a Infรขncia (Unicef) revelou que 26% das adolescentes brasileiras se casaram ou foram morar com seus parceiros antes de completar 18 anos de idade. O nรบmero รฉ prรณximo da mรฉdia na Amรฉrica Latina, de 25% de casamentos infantis e uniรตes precoces. O relatรณrio Perfil do Casamento Infantil e Uniรตes Precoces foi publicado nesta semana.
A mรฉdia da regiรฃo รฉ a mesma nos รบltimos 25 anos. E caso ela se mantenha, a Amรฉrica Latina terรก, em 2030, a segunda maior taxa de casamentos infantis do mundo, atrรกs apenas da รfrica Subsaariana, regiรฃo composta por paรญses como Ruanda, Burundi, Repรบblica Centro-Africana e Repรบblica Democrรกtica do Congo.
O relatรณrio alerta que a prรกtica compromete o desenvolvimento dessas jovens nos anos seguintes. โAs uniรตes precoces ou o casamento infantil tornam mais difรญcil para as meninas terem um projeto de vidaโ, disse o diretor regional do Unicef para a Amรฉrica Latina e o Caribe, Bernt Aasen. Segundo o estudo, essas jovens tรชm maior probabilidade de viver em รกreas pobres, rurais e com menos acesso ร educaรงรฃo.
O documento mostra a relaรงรฃo entre a uniรฃo precoce e a gravidez na adolescรชncia. Mais de 80% delas deram ร luz antes do aniversรกrio de 20 anos. Para Shelly Abdool, assessora regional de gรชnero do escritรณrio do Unicef para Amรฉrica Latina e Caribe, o futuro dessas meninas รฉ colocado em risco, alavancado pelo โforte impacto sobre a maternidade precoce, os altos riscos de violรชncia por parte dos parceiros e as consequรชncias de abandonar a escolaโ.
Para a Organizaรงรฃo das Naรงรตes Unidas (ONU), รฉ necessรกria criaรงรฃo de programas para apoiar a autonomia dessas adolescentes, alรฉm da formulaรงรฃo de polรญticas que impeรงam o casamento infantil e as uniรตes precoces.