Anúncios de linhas de crédito e promessa de um Plano Safra “robusto”elevam o ânimo do cotonicultor, na Bahia Farm Show

Lula e Jerônimo participam da maior feira do agro do Norte e Nordeste - Foto: Joá Souza

Com a presença do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a Bahia Farm Show, maior feira de tecnologia agrícola e negócios do Norte-Nordeste, foi inaugurada nesta terça-feira, 06 de junho. A cerimônia reuniu as instituições representantes do agronegócio regional, dentre elas, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), e a entidade-anfitriã, a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) também esteve presente. Na ocasião, o Governo Federal anunciou o complemento de R$3,6 bilhões para o Plano Safra 2022/2023, que está em vigor.

Disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os recursos ofertam crédito rural para todos os programas agropecuários do Governo Federal. Em seu discurso, Lula enfatizou a importância do agronegócio para a economia brasileira, assim como da agricultura familiar e rebateu as afirmações de setores que criticam a exportação de commodities agrícolas. “É bobagem dizer que a soja não é alimento. A galinha que a gente come tem soja, o porco que a gente come tem soja, tem milho, a galinha também tem milho. O Brasil precisa tanto da indústria quanto da agricultura”, disse Lula.

Algodão brasileiro no Egito

Durante sua participação, Carlos Fávaro destacou que o presidente Lula tem plena consciência de que os preços estão achatados nesse momento, pela conjuntura de mercado. “Algumas ações já estão sendo tomadas desde os primeiros dias de governo. A principal delas é andar mundo afora e mostrar o quanto produzimos com sustentabilidade”, afirmou. Um dos mercados abertos, no período, foi o Egito para o algodão brasileiro. “Se o Brasil vende algodão para o Egito, considerado o melhor algodão do mundo, é porque, também, tem o melhor algodão do mundo. Assim, nós vamos continuar fazendo: ao abrir mercado de carnes, de fibras e de grãos, estamos garantindo renda e empregos aqui dentro do Brasil”, disse.

Baixo carbono, juros mais baixos

Ao falar de novas linhas de crédito agrícola, Fávaro anunciou que o governo vai reduzir as taxas de juros para o produtor que aplica boas práticas agrícolas em sua propriedade. “Será um Plano Safra ABC (Agricultura de Baixo Carbono), e o produtor não vai precisar fazer nada diferente. Quem tem CAR (Cadastro Ambiental Rural), quem faz uso de defensivos biológicos e faz plantio direto, por exemplo, já é um agricultor de baixo carbono”, disse. A proposta, que ainda está sendo desenhada, é de redução de até 3%, escalonada, em três ou quatro patamares, que progridem na proporção das boas práticas adotadas.

O ministro da Agricultura continuou na feira, mesmo após o presidente deixar o evento. Ele se reuniu com os presidentes das entidades regionais e da Abrapa, além do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. A reunião deu continuidade à proposição de soluções para alguns dos gargalos à produção do Oeste da Bahia, como logística, infraestrutura, energia elétrica, fitossanidade, dentre outros. Mais recursos para os prêmios de equalização também foram demandados pelos produtores, principalmente, para o milho.

Representando os cotonicultores baianos, o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, destacou que as conversas com o presidente e os ministros presentes foram positivas e animadores. “Estamos num momento em que as lavouras estão muito bem, e já começam a ser colhidas, mas a remuneração, quando e se houver, será muito pequena, em função da conjuntura em que está safra 2022/2023 se deu. Saber que teremos mais recursos disponíveis e que há a intenção por parte do governo de trabalhar em aspectos que, quando sanados, vão contribuir muito para a produção, dá um alento ao produtor, e mais disposição para adquirir as tecnologias aqui da feira”, disse Bergamaschi.

Sobre Darlan Alves Lustosa 7980 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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