Associação de Advogados diz que policiais militares agridem, ameaçam e detém ilegalmente trabalhadores rurais em Formosa do Rio Preto

Reprodução: AATR

A Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais – Aatr, divulgou no final da tarde desta quinta-feira (25) em seu site, que na madrugada de quarta-feira, 24 de março, oito policiais militares invadiram sem ordem judicial as residências de várias famílias do povoado de Arroz, no município de Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia. A invasão ocorreu após um grupo de indivíduos armados darem suporte à destruição de benfeitorias nas terras comunitárias onde criam gado, alvo frequente de grileiros na região. Após agredir fisicamente os trabalhadores rurais R. A. C. e A. M. P., os policiais proferiram ameaças e os conduziram até a Delegacia Regional de Polícia Civil de Barreiras, onde foram liberados na manhã seguinte pela autoridade policial, após constatar a ausência de provas de que tenham cometido crimes.

A comunidade vinha legitimamente defendendo a posse de suas terras dos ataques de grileiros que atuam na região. Nesta última tentativa de ataque, dezenas de posseiros desarmaram o grupo de seguranças que davam suporte, entre eles, soube-se depois, estavam quatro policiais militares supostamente prestando serviços particulares. Desde 1984, uma decisão judicial garante a posse de terras das famílias de pequenos criadores de gado do Arroz, o principal sustento das suas vidas. Embora os trabalhadores tenham sido soltos, na noite e madrugada desta quarta feira (24/3), um pelotão da PM retornou ao povoado do Arroz, invadiu casa por casa, destruindo pertencentes dos moradores, espalhando medo e terror nas famílias do local. Deixaram ainda o recado que iriam retornar noite por noite, até “encontrar o que estavam procurando”.

Os fatos aconteceram na região denominada Coaceral, palco de notórios conflitos entre mega grileiros de terras, revelados no âmbito da Operação Faroeste em novembro de 2019, com uma série de desdobramentos, havendo ainda forte atuação de pistoleiros e milícias particulares a serviço de empresas e agricultores do agronegócio. Embora invisibilizadas, as comunidades rurais e tradicionais de Formosa do Rio Preto, assim como o Arroz, são as mais impactadas pela grilagem de terras e violência de pistoleiros e milícias na região.

A nota é assinada pelo Agência 10senvolvimento, Associação do Desenvolvimento Solidário e Sustentável – Ades e pela Aatr.

Sobre Darlan Alves Lustosa 8429 Artigos
Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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