“Bahia terá a eleição mais acirrada dos últimos 60 anos”, por Fernando Machado

Reprodução: ZDA

ZDA | Barreiras – Bahia

O Instituto Real Time Big Data divulgou nesta segunda-feira (29|nov) pesquisa sobre a disputa ao governo da Bahia em 2022. Os dados confirmam aquilo que eu suspeitava: a Bahia terá a eleição mais difícil desde 1962, quando Lomanto Júnior e Waldir Pires disputaram o certame.

Naquele ano, a diferença entre Lomanto, o vencedor, e Waldir, o segundo-colocado, foi de aproximadamente 4%. Nesta eleição, Barreiras era representada por Antonio Balbino, eleito senador, e Tarcilo Vieira de Melo, de volta à Câmara Federal.

Mas voltemos aos tempos de agora…

Os dados da última sondagem mostram o que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se consolidou como principal candidato de oposição no Estado.

Por outro lado, o estudo aponta para o crescimento da candidatura do senador Jaques Wagner (PT), único nome governista na disputa até então.

Neto tem, a meu ver, um piso eleitoral alto, na casa dos 40%. Mesmo número tem Wagner, dado ao poder da máquina estadual. Fatos como o desgaste e o cansaço de ambos, com certeza irão influenciar no resultado final da eleição na Bahia. Mas dois sinais específicos apontam para o equilíbrio da disputa:

Pesquisas divulgadas

Em março, o Instituto Paraná noticiou um estudo em que o ex-prefeito de Salvador aparecia com 49,3%, contra 21,4% do ex-governador. Uma diferença de quase 28 pontos.

Em julho, o Instituto Ranking Brasil apresentou seu levantamento. Nele ACM Neto tinha 42,15% e Jaques Wagner 27%. A diferença entre os dois cai para 15 pontos.

Na última, divulgada há pouco, Neto alcançou 43% e Wagner cravou 30%. Os números do Real Time Big Data mostram, agora, uma diferença entre os dois de apenas 13 pontos.

Início da campanha

A preocupação de ACM Neto em antecipar a disputa,  a 1 ano da eleição, com toda uma agenda organizada – ocupação da mídia, visita ao interior do Estado e lançamento de pré-campanha – revela a natureza da peleja.

Neto compreende a hercúlea tarefa que tem pela frente. A ele restou virar a chave, aquecer o ânimo da militância e ocupar o coração das pessoas pelo maior tempo possível. O ex-prefeito é, indiscutivelmente, o mais competitivo candidato a enfrentar o PT na Bahia desde a chegada do partido ao poder em 2006.

Já Wagner, espera por Lula. Para ele, é quando a campanha de fato começa.

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