Com recordes de mortes por covid-19, corpos flutuam no rio Ganges na Índia

Algumas regiões estão ficando sem lenha para as cremações

Corpos foram vistos em diversos pontos do rio Ganges, na Índia - Reprodução Poder360

Da Agência Brasil

Dezenas de corpos apareceram às margens do Rio Ganges à medida que os indianos não conseguem lidar com as cremações de quase 4 mil pessoas que morrem a cada dia devido à pandemia de covid-19 no país.

A Índia é atualmente responsável por uma em cada três mortes pela doença relatadas no mundo, de acordo com levantamento da Reuters. O sistema de saúde do país está sobrecarregado, apesar das doações de cilindros de oxigênio e outros equipamentos médicos oriundos de todo o mundo.

As zonas rurais da Índia não só têm cuidados de saúde mais rudimentares, como também estão ficando sem lenha para as cremações tradicionais hindus.

Autoridades disseram nessa terça-feira (11) que investigam a descoberta de dezenas de corpos encontrados flutuando pelo Rio Ganges em dois estados separados.

“No momento, é muito difícil para nós dizer de onde vieram esses corpos”, disse o M.P. Singh, autoridade do governo na cidade de Ghazipur, em Uttar Pradesh, na Índia.

Akhand Pratap, morador local, disse que “as pessoas estão mergulhando corpos no sagrado Rio Ganges em vez de cremar por falta de madeira para cremação”.

Mesmo na capital, Nova Delhi, muitas vítimas da covid-19 são abandonadas por seus parentes após a cremação, deixando voluntários para lavar as cinzas, rezar sobre elas e depois dispersá-las no rio, na cidade sagrada de Haridwar, a 180 quilômetros de distância.

“Nossa organização recolhe esses restos mortais de todos os crematórios e realiza os últimos rituais em Haridwar, para que eles possam alcançar a salvação”, disse Ashish Kashyap, um voluntário da instituição de caridade Shri Deodhan Sewa Samiti.

Sobre Darlan Alves Lustosa 7950 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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