Deputado Valmir Assunção (PT) pede fim da violência e do esbulho possessório a geraizeiros de Formosa do Rio Preto

Deputado Walmir pediu a audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília para falar sobre a violência contra geraizeiros | Foto: Gustavo Bezerra

O problema de violência e sinais de esbulho possessório (O esbulho possessório acontece quando alguém perde a posse de um bem em razão da ação de outra pessoa), contra a comunidade geraizeira de ‘Cachoeira’, no município de Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, dominaram os debates de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal nesta quarta-feira (30). Desde o ano de 2014 que a comunidade tem enfrentado problemas com excessos na atuação de policiais militares e da empresa de segurança privada Estrela Guia, que atende o Condomínio Estrondo.

Para o deputado Valmir Assunção (PT-BA), um dos autores da audiência, a situação é grave e as vidas das pessoas estão em risco, pois o Condomínio Fazenda Estrondo tem violado direitos já judicialmente reconhecidos dos geraizeiros.

“O que foi dito aqui é gravíssimo. Defendo que a comissão de Direitos Humanos faça uma diligência na região e ao governo do estado para pressionar o poder público e principalmente o judiciário para que se cumpra as decisões já estabelecidas”,

aponta Valmir, que teve seu pedido acatado.

Durante a audiência, a líder comunitária Dilvanice Alves das Chagas, explicou a situação com detalhes, falou que as famílias vivem no território há mais de 300 anos e que vivem de técnicas que são passadas de geração em geração.

“Vivemos do caju, do gerais onde criamos gado e colhemos o capim dourado, e catamos o buriti, tem mais de 300 anos isso de geração em geração. Nosso gerais não é reserva de condomínio, é um lugar sagrado. Estou aqui para defender a preservação da fauna e da flora e o solo e as águas do Cerrado. Fazemos práticas tradicionais, compatíveis com a preservação das nossas nascentes, brejos e cursos de água e da biodiversidade do território da comunidade de Cachoeira”,

salienta Dilvanice.
Dilvanice se emociona ao falar em audiência pública em Brasília sobre a violência contra geraizeiros

Os geraizeiros são populações tradicionais que vivem em áreas de Cerrado às margens do Rio São Francisco e estão vivendo ameaças, perseguição e criminalização de suas lideranças locais. Em função das inúmeras denúncias de fraudes por meio de práticas de grilagem, crimes ambientais e trabalhistas, a Câmara Federal resolveu ampliar os debates com a audiência desta quarta e identificou que há sinais da prática de ‘esbulho possessórios’. De acordo com o secretário-executivo da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal e antropólogo, Marco Paulo Fróes Schettino, é justamente isso que está acontecendo.

A fala de Schettino foi corroborada pela representante da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia (AATR) Joice Silva Bonfim. Schettino diz que

“não se trata de um mero conflito fundiário, mas de um processo de esbulho possessório com o uso de empresas particulares de defesa patrimonial”. “Perto do suposto desenvolvimento, a grilagem se torna um meio necessário. Queria destacar o envolvimento direto das instituições públicas com toda essa gama de violações de direitos humanos, de violência e grilagem de terras”,

finaliza Joice Bonfim.

com informações de Mayrá Lemos | Assessoria de Comunicação

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Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica.Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social.Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.
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