Mais de 50 substâncias perigosas são encontradas na água consumida em Formosa do Rio Preto

Mapa revela em que cidade ocorreu contaminação.

Foto: Rio Preto por Allan Lustosa

Repórter Brasil

Todos nós bebemos pequenas doses diárias de substâncias químicas e radioativas. São agrotóxicos e outros resíduos da indústria que se misturam aos rios e represas Brasil a fora. Alguns especialistas defendem que não há risco se elas estiverem dentro do limite regulamentado. Outros argumentam que as doses aceitas no Brasil são permissivas, pois são bem mais altas que as da União Europeia.

Sobre um ponto não há dúvida: essas substâncias são prejudiciais à saúde quando estão acima do limite brasileiro. O consumo diário aumenta o risco de câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins, fígado e no sistema nervoso – a depender do produto.

Quem observa as águas cristalinas do Rio Preto, não imagina a quantidade de impurezas que podem ser consumidas diariamente pelos habitantes do município baiano. Ainda que a água seja tratada, pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde.

Os dados levantados pela organização não governamental, Repórter Brasil, e divulgados nesta semana, mostra as informações de testes feitos pelas empresas de abastecimento e que foram enviados ao Sisagua, – (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano) banco de dados do Ministério da Saúde.

Segundo a reportagem, entre 2018 e 2020, na água de Formosa do Rio Preto (BA), todas as substâncias estavam dentro do limite de segurança.

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No entanto, a quantidade de substâncias encontradas é surpreendente. Cada uma das substâncias podem estar dentro do limite de segurança, no entanto somada todas, podem acarretar problemas de saúde.

Segundo o estudo, 24 substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, foram encontradas, inclusive Glifosato + AMPA, classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Permitido na União Europeia e no Brasil, foi o agrotóxico mais vendido no país em 2019. O AMPA é um produto da degradação do glifosato.

Outas 27 substâncias geram riscos a saúde humana também foram divulgadas.

Descubra o que tem na água de Formosa do Rio Preto (BA)

Você pode consultar sua cidade neste link

1 – Alaclor (Agrotóxicos) – O alacloro pode causar distúrbios endócrinos, ou seja, alterações que afetam o sistema hormonal, de acordo com análise realizada pela União Europeia. O herbicida tem seu uso permitido no Brasil, mas é proibido na União Europeia. Os sintomas logo após a exposição ao agrotóxico são náusea, vômito e enjôo. Nos casos mais graves pode ocorrer colapso e coma. O herbicida é classificado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network

2 – Atrazina (Agrotóxicos) – Este agrotóxico pode causar distúrbios endócrinos, ou seja, alterações que afetam o sistema hormonal, segundo classificação da União Europeia. O herbicida foi o 4º agrotóxico mais vendido no Brasil em 2019. Seu uso é permitido no país, e proibido na União Europeia.

3 – Carbendazim + benomil (Agrotóxicos) – A União Europeia classifica o carbendazim e o benomil como prováveis mutágenos, ou seja, substâncias que podem causar dano ao DNA, gerando diversos tipos de doenças, como o câncer, além de problemas para o sistema reprodutivo. O uso do benomil é proibido no Brasil e na União Europeia. Já o carbendazim é permitido no Brasil, embora seja proibido na Europa. Atualmente, o uso dessa substância como agrotóxico está sendo reavaliado dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pode decidir por mantê-lo ou baní-lo. Ambos os agrotóxicos são classificados como altamente perigosos pela Pesticide Action Network.

4 – DDT + DDD + DDE (Agrotóxicos) – O inseticida DDT é classificado como provavelmente carcinogênico segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Seu uso é proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia e é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network. DDE e DDD são produtos derivados da degradação do DDT.

5 – Diuron (Agrotóxicos) – O Diuron é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Ele é permitido no Brasil, mas proibido na União Europeia. O agrotóxico é classificado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

6 – Glifosato + AMPA (Agrotóxicos) – O glifosato é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Permitido na União Europeia e no Brasil, foi o agrotóxico mais vendido no país em 2019. O AMPA é um produto da degradação do glifosato.

7 – Lindano (gama HCH) (Agrotóxicos) – O lindano é classificado como cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Este agrotóxico, que pertence ao grupo de organoclorados, é proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia e é classificado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

8 – Trifluralina (Agrotóxicos) – A trifluralina pode causar distúrbios endócrinos, ou seja, alterações que afetam o sistema hormonal, de acordo com estudo da União Europeia. Este agrotóxico é permitido no Brasil, mas proibido na União Europeia. É classificado como altamente tóxico pela Pesticide Action Network.

9 – Arsênio (Substâncias Inorgânicas) – O arsênio e seus compostos são classificados como cancerígenos para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A exposição prolongada ao arsênio por ingestão de água está relacionada com aumento do risco para câncer de pele, pulmão, bexiga e rins, bem como outros problemas na pele e tecidos. O ácido arsênico e o trióxido de arsênio, dois compostos inorgânicos desse elemento, são usados como descolorante, clareador e dispersante de bolhas de ar na produção de garrafas de vidro e outras vidrarias.

10 – Cádmio (Substâncias Inorgânicas) – O cádmio e seus compostos são classificados como cancerígenos para o ser humano (grupo 1) pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Como base para essa classificação, estão evidências de tumores pulmonares em trabalhadores e animais que inalaram a substância. Os principais efeitos da exposição prolongada são doença pulmonar crônica obstrutiva e enfisema, além de distúrbio crônico dos túbulos renais. Essa é uma substância utilizada pela indústria: o metal cádmio é usado como anticorrosivo em aço galvanizado, o sulfeto de cádmio e selenito como pigmentos em plásticos e os compostos de cádmio na manufatura de pilhas, baterias, componentes eletrônicos e reatores nucleares.

11 – Chumbo (Substâncias Inorgânicas) – O chumbo é classificado como provavelmente cancerígeno para o ser humano, pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, não há nível seguro de exposição ao elemento, especialmente para crianças, que podem desenvolver problemas de comportamento, de aprendizado e de crescimento. O chumbo pode causar danos ao sistema neurológico, hematológico, gastrintestinal, cardiovascular, reprodutor e renal. Depois de entrar em contato com o chumbo por longos períodos de tempo, adultos tiveram aumento da pressão sanguínea, danos renais e efeitos neurológicos. As diversas formas do metal são utilizadas como ingredientes em soldas, lâminas de proteção contra raios X, material de revestimento na indústria automotiva, revestimento de cabos, placas de bateria, esmaltes, vidros, componentes para borracha, tintas e pigmentos.

12 – Cromo (Substâncias Inorgânicas) – O cromo VI é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Há diversas formas de crômo na água, os mais comuns são os são crômo II, III e VI. O crômo é utilizado principalmente na fabricação de ligas metálicas e estruturas da construção civil. Os seus compostos possuem diversos usos industriais, como tratamento de couro, preservante de madeira e na fabricação de tintas e pigmentos.

13 – Níquel (Substâncias Inorgânicas) – Os compostos de níquel são classificados como cancerígeno para o ser humano e o níquel metálico como possivelmente cancerígeno para o ser humano (grupo 2B) pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. O níquel é utilizado principalmente na fabricação de aço inoxidável e na produção de ligas, baterias alcalinas, moedas, pigmentos inorgânicos e de próteses clínicas e dentárias.

14 – Nitrato (como N) (Substâncias Inorgânicas) – O nitrato é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. O nitrato e seus compostos são utilizados na fabricação de fertilizantes, conservantes de alimentos, explosivos e pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos vasodilatadores.

15 – Nitrito (como N) (Substâncias Inorgânicas) – O nitrito é classificado como provavelmente cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Ele é utilizado como conservante de carnes e embutidos, e também é encontrado na água potável, no solo, nos vegetais e em fertilizantes, o que aumenta a exposição dos humanos a essa substância.

16 – Selênio (Substâncias Inorgânicas) – O sulfeto de selênio, um composto do elemento, é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. A exposição a altos níveis de selênio provoca descoloração da pele, deformação patológica, perda de unhas e cabelo, cárie, falta de agilidade mental e apatia. Historicamente, o principal uso do selênio foi na indústria eletrônica como fotorreceptor para fotocopiadoras. Hoje, é utilizado em aço inoxidável, esmaltes, tintas, borracha, baterias, explosivos, fertilizantes, ração animal, produtos farmacêuticos, e shampoos

17 – Acrilamida (Substâncias Orgânicas) – A acrilamida é classificada como provavelmente cancerígena para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde, com base em estudos com ratos que apresentaram tumores depois de ingerir água potável com acrilamida por longos períodos. É utilizada principalmente na fabricação de outras substâncias, polímeros, para o tratamento da água e de efluentes. Também é usada em produtos médicos e agrícolas, em adesivos, estabilizante para tinta de impressão, espessante para pulverização agrícola, entre outros usos. A acrilamida também é encontrada na fumaça do cigarro.

18 – Benzeno (Substâncias Orgânicas) – O benzeno é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A ingestão de alimentos e bebidas contaminados com altos teores de benzeno pode produzir vômito, irritação no estômago, enjoo, sonolência, convulsão, aceleração do batimento cardíaco e morte. A substância é utilizada na indústria química. Além disso, é adicionada à gasolina como aditivo para aumentar a octanagem.

19 – Benzo[a]pireno (Substâncias Orgânicas) – O benzo[a]pireno é classificado como cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Além disso, é classificado como mutagênico, ou seja, substância que pode causar dano ao DNA, pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O benzo[a]pireno pode ser encontrado na fumaça de cigarro e na combustão de veículos automotores e da madeira.

20 – Cloreto de Vinila (Substâncias Orgânicas) – O cloreto de vinila é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde, com base em estudos que mostraram que essa substância causa câncer de fígado. O seu principal uso é na produção da resina policloreto de vinila (PVC) na fabricação de tubos e outros plásticos, como revestimento e na manufatura de solventes clorados.

21 – Estireno (Substâncias Orgânicas) – O estireno é classificado como provavelmente cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A substância é utilizada na produção de poliésteres para a fabricação de embalagens plásticas e materiais descartáveis, borracha sintética, em isolamento térmico e resinas para fabricação de barcos, chuveiros, acessórios para automóveis e muitos outros produtos.

22 – Pentaclorofenol (Substâncias Orgânicas) – O pentaclorofenol é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Seu uso é proibido em muitos países, inclusive no Brasil. A substância, seus sais e ésteres estão na lista de Poluentes Orgânicos Persistentes, que não se degradam facilmente e que se acumulam em tecidos dos organismos vivos. Além disso, eles se movimentam por longas distâncias e com facilidade pelo ar, água e solo, colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente. O Brasil é signatário da Convenção de Estocolmo, que tem como compromisso eliminar todos os estoques e resíduos desses poluentes. O pentaclorofenol é usado como preservante de madeira, desfolhante na cultura de algodão, herbicida pré-emergente e biocida em sistemas de água.

23 –Tetracloroeteno (Substâncias Orgânicas) – O tetracloroeteno é classificado como provavelmente cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde, com base em estudos epidemiológicos que evidenciaram aumento para o risco de câncer de esôfago e cervical e de linfoma não Hodgkin. A substância é utilizada como desengraxante de peças metálicas, em lavagens a seco, na indústria têxtil, de produtos de limpeza e de borracha laminada.

24 – Tricloroeteno (Substâncias Orgânicas) – O tricloroeteno é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A substância é amplamente utilizada como solvente de extração de gorduras, óleos e ceras. Além disso, é usada pela indústria para limpar tecidos, em operações de limpeza a seco, como um componente de adesivos, lubrificantes, tintas, limpadores de metais frios, na extração seletiva de certos alimentos (como a remoção da cafeína do café) e drogas. Resíduos também podem ser encontrados em agrotóxicos, resinas, colas, ceras, tintas e vernizes.

Substância(s) que também gera(m) riscos à saúde:

25 – 2,4 D + 2,4,5 T (Agrotóxicos) – O 2,4-D é classificado como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. O herbicida foi o 2º agrotóxico mais vendido no país em 2019. Seu uso é permitido tanto no Brasil quanto na União Europeia como agrotóxico. A produção e registro do 2,4,5-T são proibidos no Brasil na União Europeia. Segundo relatório técnico do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o 2,4-D representa uma série de riscos à saúde. Ele é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

26 – Aldicarbe + Aldicarbesulfona + Aldicarbesulfóxido (Agrotóxicos) – Conhecido popularmente como chumbinho, o aldicarbe é classificado como extremamente perigoso pela Organização Mundial de Saúde. O uso do veneno é proibido na União Europeia e foi banido do mercado brasileiro em 2015 após a substância começar a ser utilizada para outros fins, como aborto e homicídio. Ele é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

27 – Carbofurano (Agrotóxicos) – A exposição ao carbofurano pode causar alterações no tecido testicular, pulmões, fígado e tireóide, de acordo com o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. O seu uso é proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia. A substância é avaliada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network. O carbofurano é um agrotóxico classificado pela Organização Mundial de Saúde como “altamente tóxico” se ingerido.

28 – Clorpirifós + clorpirifós-oxon (Agrotóxicos) – O clorpirifós é associado a problemas de desenvolvimento neurológico, principalmente em crianças, tendo seu uso banido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos em 2021. A agência ainda o avalia como altamente tóxico para abelhas. Foi o 10º agrotóxico mais vendido no país em 2019. Seu uso é permitido no Brasil, e proibido na União Europeia. O clorpirifós é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

29 – Endossulfan (a, ß e sais) (Agrotóxicos) – O endossulfan possui toxicidade aguda, ou seja, é um agrotóxico que causa problemas de saúde imediatamente após a exposição via oral ou inalatória, segundo classificação da União Europeia. O inseticida tem seu uso proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia. Ele irrita os olhos e é um potente estimulante do sistema nervoso central. O endossulfan faz parte da lista de Poluentes Orgânicos Persistentes, que não se degradam facilmente e que se acumulam em tecidos dos organismos vivos. Além disso, eles se movimentam por longas distâncias e com facilidade pelo ar, água e solo, colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente. O Brasil é signatário da Convenção de Estocolmo, que tem como compromisso eliminar todos os estoques e resíduos desses poluentes. A substância é classificada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network.

30 – Metamidofós (Agrotóxicos) – A exposição ao metamidofós pode causar a diminuição da atividade da colinesterase cerebral, plasmática e eritrocitária, de acordo com o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. Além disso, pode causar problemas neurológicos e hepáticos. O seu uso é proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia. O metamidofós é classificado também pela Organização Mundial de Saúde como altamente tóxico do ponto de vista agudo (efeitos logo após o contato). A substância é classificada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network.

31 – Metolacloro (Agrotóxicos) – A exposição prolongada ao metolacloro pode causar diminuição do ganho de peso corporal, mudanças no peso do baço e do fígado, segundo o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. O herbicida tem seu uso proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia. Ele é classificado como uma substância de alta persistência, além de ser considerado muito perigoso para o meio ambiente. No Mato Grosso, estado que mais consome agrotóxicos no Brasil, um estudo da Universidade Federal encontrou resíduos do pesticida em poços artesianos.

32 – Molinato (Agrotóxicos) – O molinato pode causar problemas reprodutivos, segundo o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. O herbicida tem seu uso proibido no Brasil e na União Europeia. A substância é classificada pela Organização Mundial de Saúde como moderadamente perigosa (Moderately Hazardous). A substância é classificada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network.

33 – Parationa Metílica (Agrotóxicos) – A parationa metílica pode causar alterações no cérebro e degeneração neuronal, segundo o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. O agrotóxico tem seu uso proibido no Brasil e na União Europeia. Ele é classificado pela Organização Mundial de Saúde como extremamente tóxico do ponto de vista agudo (efeitos logo após o contato). A substância é classificada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network.

34 – Pendimetalina (Agrotóxicos) – A pendimetalina é classificada como possivelmente cancerígena para humanos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O pesticida tem seu uso permitido no Brasil e na União Europeia. A substância é avaliada como altamente perigosa pela Pesticide Action Network.

35 – Profenofós (Agrotóxicos) – A exposição ao profenofós pode causar problemas neurológicos, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Tem seu uso permitido no Brasi, mas proibido na União Europeia. Este agrotóxico é apontado pela União Europeia como perigoso e é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network.

36 – Simazina (Agrotóxicos) – A simazina pode diminuir o tempo de vida de pacientes com doenças graves ou terminais, diminuição do ganho de peso corporal e evidência de anemia, segundo o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. Um estudo da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos encontrou ligação entre este agrotóxico e problemas reprodutivos em ratos. Tem seu uso permitido no Brasil, mas é proibido na União Europeia. Ele é considerado uma espécie de “primo” da atrazina devido às semelhanças químicas, há estudos sendo feitos sobre o aumento do risco quando essas duas substâncias estão misturadas na água. É avaliado como altamente tóxico pela Pesticide Action Network.

37 – Tebuconazol (Agrotóxicos) – O tebuconazol é classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O fungicida tem seu uso permitido tanto no Brasil quanto na União Europeia. A Universidade Federal de Viçosa fez um estudo para avaliar os efeitos do pesticida em morcegos que levou a alterações metabólicas e hepáticas. Ele é avaliado como altamente tóxico pela Pesticide Action Network.

38 – Terbufós (Agrotóxicos) – A exposição prolongada ao agrotóxico pode causar toxicidade no sistema nervoso, segundo o Conselho Ministerial de Gestão de Recursos Naturais da Austrália. Tem seu uso permitido no Brasil, mas proibido na União Europeia. Ele é classificado pela Organização Mundial de Saúde como Extremamente Perigoso (Extremely Hazardous). A substância é considerada fatal se ingerida, se entrar em contato com a pele, além de ser muito tóxica à vida aquática com efeitos duradouros. Ela é avaliada como altamente tóxica pela Pesticide Action Network.

39 – Ácidos haloacéticos total (Subprodutos da desinfecção) – Os ácidos dicloroacético, tricloroacético, bromoacético e dibromoacético são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Em altas concentrações, os ácidos haloacéticos também podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso. Os ácidos haloacéticos são classificados como subprodutos da desinfecção, formado quando o cloro é adicionado à água para matar bactérias e outros microorganismos patogênicos.

40 – Trihalometanos Total (Subprodutos da desinfecção) – Os trihalometanos são um grupo de compostos químicos e orgânicos que derivam do metano. Ele inclui substâncias como o clorofórmio, classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). A exposição oral prolongada a esta substância pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue. Os trihalometanos são utilizados como solvente em vários produtos (vernizes, ceras, gorduras, óleos, graxas), agente de limpeza a seco, anestésico, em extintores de incêndio, intermediário na fabricação de corantes, agrotóxicos e como fumigante para grãos. Alguns países proíbem o uso de clorofórmio como anestésico, medicamentos e cosméticos.

41 – Antimônio (Substâncias Inorgânicas) – O trióxido de antimônio é classificado como possivelmente cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Os sais solúveis de antimônio, após serem ingeridos, exercem forte efeito irritante na mucosa gástrica e provocam vômito, além de cólica, diarreia e toxicidade cardíaca. Os compostos de antimônio são usados na indústria têxtil, e fabricação de plástico, adesivo, tinta, papel e borracha. Também são usados em explosivos e pigmentos. O antimônio forma ligas com outros metais, que são utilizadas em chapas de solda, tubulações, rolamentos, armas. O sulfeto de antimônio é usado em fósforos. Outros compostos são usados para induzir o vômito em casos de intoxicação, para tratamento de leishmaniose e em produtos veterinários

42 – Bário (Substâncias Inorgânicas) – A exposição prolongada ao bário gera efeitos adversos nos rins, segundo o ministério da saúde do Canadá. O bário e seus compostos são utilizados na fabricação de diversos produtos industriais, como plásticos, vidros, cerâmicas, eletrônicos, têxteis, lubrificantes, ligas metálicas, sabão e borracha. O sulfato de bário é usado como contraste em radiografias.

43 – Cianeto (Substâncias Inorgânicas) – O cianeto é classificado como extremamente tóxico para humanos, podendo matar após inalação, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Os efeitos da exposição prolongada são dor de cabeça, dificuldade para falar, distúrbios gastrintestinais, fraqueza muscular, confusão, perda da acuidade visual e aumento da tireoide. O cianeto e seus compostos são utilizados em extração de ouro e prata, limpeza de metais, na produção de fibras sintéticas, corantes, pigmentos e nylon, como reagente em química analítica, agente de controle de pragas e gaseificação do carvão na geração de energia.

44 – Cobre (Substâncias Inorgânicas) – A ingestão de altas doses de cobre pode causar danos ao fígado, rins e até a morte, segundo a Agência de Registro de Doenças e Substâncias Tóxicas dos Estados Unidos. O cobre é muito utilizado na fabricação de moedas, fios elétricos, tubulações e encanamentos de água quente, e em combinação com outros metais para a produção de ligas e chapas metálicas. Os compostos de cobre são usados na agricultura, no tratamento da água para controle de algas, na preservação de madeira, couro e tecido e como aditivo em alimentos.

45 – Urânio (Substâncias Inorgânicas) – A ingestão de urânio em altas concentrações pode causar efeitos na saúde, como câncer ósseo ou hepático, segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O urânio é utilizado em reatores nucleares comerciais que produzem eletricidade e para fins medicinais, industriais e militares em todo o mundo.

46 – 1,1 Dicloroeteno (Substâncias Orgânicas) – O 1,1 dicloroeteno é classificado como possivelmente cancerígeno pela Agência de Registro de Doenças e Substâncias Tóxicas dos Estados Unidos. A ingestão de altos níveis da substância pode causar danos ao fígado, rins e pulmões. Também conhecido como cloreto de vinilideno, é um produto químico utilizado para fazer certos plásticos (como materiais de embalagem, filmes flexível) e revestimentos retardadores de chama para fibra e forro de carpetes. Embora o 1,1-dicloroeteno seja fabricado em grandes quantidades, a maior parte dele é usado para fazer outras substâncias ou produtos como o cloreto de polivinilideno.

47 – 1,2 Dicloroetano (Substâncias Orgânicas) – O 1,2-dicloroetano é classificado como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde, com base na formação de câncer em animais de experimentação. O uso mais comum de 1,2-dicloroetano é na produção de cloreto de vinila, que é utilizado para fazer uma variedade de produtos de plástico e vinil, incluindo tubos de cloreto de polivinila (PVC), móveis e estofados de automóveis, revestimentos de parede, utensílios domésticos e peças de automóveis. Também é usado como solvente e é adicionado à gasolina com chumbo para remover a substância.

48 – 1,2 Dicloroeteno (cis + trans) (Substâncias Orgânicas) – Animais que ingeriram doses extremamente altas dessas substâncias morreram, segundo a Agência de Registro de Doenças e Substâncias Tóxicas dos Estados Unidos. Elas são utilizadas na composição de produtos feitos a base de cloro, porém atualmente somente o isômero trans está disponível comercialmente nos Estados Unidos, onde é usado como agente desengordurante e em produtos formulados para limpeza de componentes eletrônicos de precisão. A substância é usada como solvente para graxas, resinas, perfumes, corantes, lacas, termoplásticos, gorduras e fenóis. Em baixas temperaturas, pode ser utilizado como solvente para extração de cafeína. No passado, o isômero cis já foi utilizado como anestésico.

49 – Di (2-etilhexil) ftalato (Substâncias Orgânicas) – Classificado como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A substância é utilizada em todos os produtos de PVC flexível. O di (2-etilhexil) ftalato também é usado como um substituto para bifenilos policlorados em capacitores elétricos.

50 – Tetracloreto de Carbono (Substâncias Orgânicas) – É classificado como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. A exposição humana a altas concentrações da substância orgânica pode causar dano ao sistema nervoso central, fígado e rins. Esses efeitos ocorrem após ingestão ou inalação do composto. Os sinais e sintomas nas exposições inalatória e oral por curto prazo são: cefaléia, fraqueza, letargia, náusea, dor abdominal, dificuldade respiratória e vômito. Nos casos graves pode ocorrer hemorragia, coma hepático e morte. O tetracloreto de carbono é utilizado principalmente na fabricação de gases para refrigeração e propelentes em aerossóis. Foi usado na fabricação de tintas, espumas, plásticos, aditivo para gasolina, desengraxante de peças metálicas, retardante de chama, na fumigação de grãos, entre outros usos, porém muitos desses usos foram descontinuados.

51 – Triclorobenzenos (Substâncias Orgânicas) – Apresentam toxicidade baixa a moderada quando consumidos por curto e longo períodos, podendo causar alterações no fígado e rins, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). São encontrados em alimentos como leite, carnes, ovos, peixes, além de vegetais e óleos produzidos a partir da soja, milho, amendoim, girassol e gergelim. Os triclorobenzenos são utilizados como solvente para materiais como óleos, graxas, resinas, ceras e borracha, na produção de corantes e tecidos e como líquido dielétrico (substância que conduz pouca ou nenhuma eletricidade). A substância é utilizada também como intermediária na produção de agrotóxicos e pigmentos.

FONTE:
Resultados dos testes: Sisagua/Ministério da Saúde (2018-2020). Dados baixados em novembro de 2021, não contempla atualizações e retificações feitas desde então. Base do Sisagua atualizada.

Divisão das substâncias em grupos: Organização Mundial da Saúde (International Agency for Research on Cancer), União Europeia, agência ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency) e agências de regulação do Canadá e da Austrália.

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Wilson Ridrigues

estou realizando um trabalho acadêmico sobre esse assunto supracitado. preciso saber se é possível me enviarem o link do instintuto que realizou a pesquisa.o link para que eu posso acessar as informações nessa referência citado nas informações acima (Sisagua/Ministério da Saúde (2018-2020).

Darlan Alves Lustosa

Wilson, na matéria tem vários links, inclusive o do Repórter Brasil, quem primeiro publicou. Obrigado.

Luzinalvats9

Só aqui no Brasil que é liberado esses venenos