Nos consórcios, negócios crescem 25% e créditos liberados avançam mais de 20%

O sistema de consórcios contabilizou quase um milhão de novas cotas comercializadas no primeiro trimestre do ano, provocando R$ 68,95 bilhões em negócios, 24,8% maior que os R$ 55,24 bilhões anotados no mesmo período de 2022, de acordo com os levantamentos feitos pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. Paralelamente, as contemplações, momento de concretização dos objetivos dos consorciados, somaram R$ 19,22 bilhões, potencialmente injetados nos mercados, 21,1% acima dos R$ 15,87 bilhões anteriores.

A somatória de adesões, em janeiro, fevereiro e março, registrou alta de 12,8%, ao avançar de 886,34 mil, para 999,40 mil no mesmo trimestre. Os destaques nas comercializações foram os percentuais de crescimento anotados nos veículos pesados, com 32,7%, e nos imóveis, com 22,0%.

Em março, o volume de participantes ativos atingiu 9,51 milhões, 11,4% superior aos 8,54 milhões do mesmo mês do ano passado. Importante registrar que os totais mensais de consorciados têm tido resultados crescentes desde janeiro do ano passado, não tendo sido verificada qualquer retração nos últimos quinze meses.

No acumulado de consorciados contemplados, foram totalizadas 398,06 mil contemplações, 10,5% maior que as 360,16 mil, constatadas no trimestre do ano passado, gerando as liberações de créditos para a aquisição de bens e contratação de serviços.

No atual trimestre, entre os contemplados por sorteio ou por lance, houve 177,45 mil de motocicletas; 153,13 mil de veículos leves; 25,05 mil de imóveis; 17,15 mil de veículos pesados; 12,87 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 12,41 mil de serviços.

“No encerramento do primeiro trimestre, mais uma vez, ficou comprovada a consolidação do Sistema de Consórcios como a melhor alternativa para aqueles que planejam suas aquisições individuais, familiares, profissionais ou empresariais, com custos finais menores que outras formas de endividamentos parcelados”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “A preocupação com as finanças pessoais tem levado o consumidor a aderir às cotas de consórcio dos diversos segmentos onde o mecanismo está presente, propiciando a manutenção do ritmo de crescimento dos negócios”.

O tíquete médio de março foi R$ 74,13 mil, apontando aumento de 15,2% sobre o mesmo mês de 2022, que ficou em R$ 64,34. A evolução validou o interesse do consumidor por cotas de créditos maiores, com quantias acessíveis ao orçamento, possibilitando aumento dos negócios efetivados no trimestre.

Historicamente, o sistema de consórcios tem como um de seus principais objetivos, além da concretização das metas dos consorciados, contribuir para o planejamento empresarial nos mais diversos segmentos da economia onde está presente, ratificando sua influência no desenvolvimento do país.

Os consórcios estão em setores como o de motocicletas que, somente no primeiro trimestre de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada dois veículos leves vendidos no país.

Outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde o mecanismo marcou quase uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque para uso no agronegócio.

A consistência dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas liberações acumuladas de janeiro a março, o Sistema de Consórcios atingiu 41,0% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 49,7% de potencial participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 41,6%, no mesmo período.

No segmento imobiliário, somente nos dois primeiros meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 18,1% de participação no total de imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada cinco comercializados.

Dos atuais 9,51 milhões de consorciados ativos, os consórcios sinalizaram altas de 38,2% nos veículos pesados; 31,5% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; 19,3% nos imóveis; 10,5% nas motocicletas; 5,5% nos veículos leves; e 4,8% nos serviços.

Em cada um dos setores, onde o mecanismo está presente, a totalização de cotas ativas ficou assim distribuída: 44,4% nos veículos leves; 28,1% nas motocicletas; 15,5% nos imóveis; 7,0% nos veículos pesados; 3,0% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 2,0% nos serviços.

Todavia sobre o principal indicador do ano passado, o crescimento de 2,9% do PIB, os consórcios registraram 4,7% de participação, apontando para uma sequência da evolução da modalidade na economia nacional.

Com o fechamento da inflação em 4,65% nos últimos doze meses, até março, considerando a taxa de juros básica (Selic) ainda em 13,75%, a assessoria econômica da ABAC entende que o Sistema de Consórcios deva seguir crescendo durante 2023.

“Baseado nos ótimos resultados conquistados pelo sistema de consórcios, no primeiro trimestre, há perspectivas de o desempenho anual alcançar marcas expressivas, talvez inéditas, em razão do comportamento dos consumidores demonstrado por suas decisões de equilíbrio ao administrar suas finanças pessoais”, complementa Rossi.

Resumo geral e setorial das vendas de novas cotas 

No primeiro trimestre, o sistema de consórcios seguiu em ritmo de crescimento, verificados nos bons resultados do ano passado. Mais uma vez, houve alta no total de vendas de novas cotas apoiando-se no avanço do tíquete médio de março com ampliação dos negócios realizados.

Novamente dos seis indicadores, quatro registraram alta nas somas das comercializações: veículos pesados, com 32,7%; imóveis, com 22,0%; motocicletas, com 14,3%; e veículos leves, com 11,9%. Apenas dois tiveram redução: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -30,6%; e serviços, com -20,6%; que, mesmo retraído, não interferiram no crescimento geral de 12,8% na soma trimestral das adesões.