Baiano e eleito pelo Rio de Janeiro, Jean Wyllys desiste de mandato e deixa o Brasil por conta de ameaças de morte

Deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) — Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou que vai abrir mão do seu mandato e vai deixar o Brasil. Em entrevista à Folha de S. Paulo divulgada nesta quinta-feira (24), ele afirmou que tomou a decisão por conta de ameaças de morte.

Segundo Wyllys, as ameaças se tornaram mais frequentes desde a morte da vereadora Marielle Franco. “O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, disse à Folha de S. Paulo.

Na eleição do último ano, Wyllys foi eleito para seu terceiro mandato como deputado federal. Ele citou ainda a eleição de Jair Bolsonaro como presidente para justificar sua desistência. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”, comentou.

Em uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!

View this post on Instagram

Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊ ************ "Com medo de ameaças, Jean Wyllys, do PSOL, desiste de mandato e deixa o Brasil" https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/01/com-medo-de-ameacas-jean-wyllys-do-psol-desiste-de-mandato-e-deixa-o-brasil.shtml Eleito pela terceira vez consecutiva deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys vai abrir mão do novo mandato. Em entrevista exclusiva à Folha, o parlamentar —que está fora do país, de férias— revelou que não pretende voltar ao Brasil e que vai se dedicar à carreira acadêmica. Desde o assassinato da sua correligionária Marielle Franco, em março do ano passado, Wyllys vive sob escolta policial. Com a intensificação das ameaças de morte, comuns mesmo antes da execução da vereadora carioca, o deputado tomou a decisão de abandonar a vida pública. "O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar", justifica. De acordo com Wyllys, também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro. "Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário", afirma Wyllys. "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", acrescenta. (Mais na matéria da FolhaSP que está no stories)

A post shared by Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) on

Sobre Darlan Alves Lustosa 7980 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
0 0 votos
Classificação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários