O empreendedorismo de Mariosa e o sucesso da Cantina Caipira em Formosa do Rio Preto

8 de dezembro de 2018 Darlan A. Lustosa Formosa do Rio Preto 1

Empreendedorismo

Ela começou por um acaso. Seria um domingo qualquer na pacata localidade do Porto Limpo, alguns quilômetros do centro da cidade, as margens esquerda do rio Preto, ali em um pequeno bar desprovido de quase um tudo, final da década de 1990, Mariosa sentada esperando o tempo passar com a calmaria típica da pequena e hoje pujante Formosa do Rio Preto. “Encarando a dureza da vida” quando duas pessoas que passavam pela estrada de chão , querendo saber se ela não cozinharia uma galinha caipira. O senso de oportunidade de d. Maria Soares bateu na mente na hora:

Faço!

Antes disso, ela vendia as galinhas no centro da cidade de Formosa do Rio Preto. Ia de carona com um grande “isopor” com galinhas tratadas, do Porto Limpo até o centro da cidade . Uma vez por semana viajava até a vizinha Santa Rita de Cássia onde nasceu, depois de encarar dois ônibus e a carona. Chegava a noite pra vender na feira livre da cidade no dia seguinte.

Ela tem um casal de filhos. O terceiro foi adotado “quando uma irmã-de-leite morreu e eu peguei pra criar”. Este ela chama de meu “caçula”. Tem 15 anos. Os outros dois já cursaram a universidade, fala a mãe Mariosa orgulhosa pelo caminho que percorreu e por ver os filhos formados. O terceiro vai seguir o mesmo caminho.

Sucesso

O segredo do sucesso de Mariosa deve ser a persistência. Passados mais de 20 anos, ela produz na propriedade tudo de forma orgânica para servir aos clientes. A união da família tem feito a diferença ao longo do tempo. O marido Sirley cuida da plantação onde é produzido o alho, cebola, o tempero verde e até urucum. Fazemos tudo, até o “arisco” é natural, se referindo a uma marca de tempero pronto. “Fazemos tudo no pilão. No liquidificador não fica a mesma coisa não”, repete a simpaticíssima Mariosa, primorosa no preparar da farta refeição.

Seu Sirley cuida da plantação orgânica na propriedade | Foto: Cleber L´Amorim

No restaurante da família a galinha caipira, preparada em panela de ferro e fogão a lenha, custa em média R$ 80, 00 e serve de 5 a seis pessoas, acompanhado de arroz, feijão tropeiro ou com caldo, saladas e o famoso “pirão de mulher parida”, o mais mole feito do caldo da galinha e engrossado com farinha de mandioca.

Cachaça produzida de engarrafada no Alambique Bos Vista na localidade de Porto Limpo em Formosa do Rio Preto (BA)

Ao final você ainda pode degustar uma cachaça produzida pelo “seu Sirley” no próprio sítio e preparada em infusão com algumas erva ou cascas-de-pau.

Mariosa com a cachaça produzida no próprio sítio

O que: Cantina Caipira

Onde: Estrada do Ouro – Porto Limpo
Quando: Todos os dias sob encomenda: (77) 999 816 723

Comida caseira preparada em fogão à lenha

Darlan Alves Lustosa
Publisher do Portal do Cerrado

Sobre Darlan A. Lustosa 9308 Artigos

Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica. Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social. Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.