Um breve apanhado do caso do Flávio Bolsonaro x Carlos Queiroz

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Flávio Bolsonaro, senador eleitor pelo Rio de Janeiro, pediu ao STF a suspensão das investigações por parte do Ministério Público do Rio de Janeiro contra Fabrício José Carlos de Queiroz, o ex-motorista e assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o Ministério Público, o ex-motorista é investigado por movimentação atípica  após  relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar R$ 1,2 milhão em transações em uma conta de Fabrício Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor incompatível com a renda dele.

Em duas ocasiões Fabrício deixou de comparecer ao MP/RJ alegando motivos de doença. Em um vídeo gravado na noite de 31 de dezembro e divulgado já na primeira semana de janeiro, ele aparece em vídeo no Hospital Albert Ainstein, onde estava internado para uma cirurgia, dançando com família. Dias depois em um novo vídeo, Fabrício justifica a dança como um raro momento de alegria.

Pois bem! O mesmo Flávio Bolsonaro que agora apelou ao STF por ter supostamente foro privilegiado para barrar a investigação, é o mesmo que em 2017 divulgou um vídeo nas redes sociais ao lado do pai reclamando do foro privilegiado para políticos. A posse do senador está marcada para 1ª de fevereiro.

No vídeo, feito em 2017, Bolsonaro protesta: “Não quero essa porcaria de foro privilegiado!”. O post foi lançado em abril daquele ano pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em sua conta no Twitter.

Jair Bolsonaro  sempre teve como uma de suas bandeiras o fim da blindagem a políticos em tribunais superiores.

 

Em maior de 2018, o Supremo mudou o entendimento e decidiu que a proteção por foro de privilégios cabe tão somente quando ato investigado for cometido durante o mandato em razão do cargo.

Um Soldado e um cabo

Pois bem 2 ! Um vídeo de Eduardo Bolsonaro, outro filho do presidente,  eleito deputado federal pelo estado de São Paulo gravou um vídeo em julho do ano passado e que ganhou força na internet em julho, ele dizia que para fechar o STF bastava um cabo e um soldado, quando indagado sobre hipotética tese do STF impedir Jair Bolsonaro de assumir a presidência. Na época a fala do então candidato repercutiu negativamente no meio jurídico.

“Ai já está andando para o estado de exceção. O STF vai ter que pagar pra ver e ai vai ser ele contra nós. Se o STF quiser arguir alguma coisa, sei lá, recebeu uma doação ilegal de R$ 100,00 do José da Silva, pô, impugna a candidatura dele. Não acho improvável, não, mas ai vai ter que pagar pra ver. Será que vão ter essa força mesmo? responde Eduardo no vídeo.

“Cara se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é desmerecer o soldado e o cabo, não” disse.

 

Diante do novo entendimento da Corte em maio, causa espanto que o vice-presidente  do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspenda as investigações contra Fabrício José Carlos de Queiroz, considerando que Flávio Bolsonaro tome posse somente em 1º de Fevereiro. 

A sensação da população com a atitude de Fux é que o ministro se acovardou diante da fala de Eduardo Bolsonaro.

Já na sexta-feira o Jornal Nacional mostrou em uma grande reportagem a movimentação financeira do senador eleito com depósitos na sua conta bancária em valores fracionados de R$ 2.000,00 num total de noventa e seis mil Reais entre os meses de junho e julho de 2018.

Hoje (20) os jornais de grande circulação mostram que a movimentação financeira do ex-assessor chega a 7 milhões nos últimos três anos. Ele alega que era um negociador de carros. 

Incrédulos, os eleitores de Bolsonaro ainda estão na primeira fase do luto que é a negação mas a realidade bate a porta. Não existe almoço grátis como não existe salvador na Pátria na política.

Sobre Darlan Alves Lustosa 7976 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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