Após quase 50 anos da implantação do sistema de abastecimento de água de Formosa do Rio Preto, na Bahia e muitas reclamações dos moradores, a Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento, contratou a M C Engenharia, para elaboração dos projetos básicos para a ampliação do sistema integrado de abastecimento de água no município. O projeto inclui também a ampliação da estação de tratamento de água.
Assinado em 29 de agosto ao valor R$ 725.361,90 com vigência de 584 dias, certamente, agora, com o olhar cético dos moradores, que vivem diariamente o transtorno do abastecimento ruim. Não que a Embasa não tenha a expertise necessária, mas por falta de investimentos robustos no maior município da Bahia e um dos maiores produtores de grãos do país, fazendo de Formosa do Rio Preto, um dos mais importantes do estado. Ao longo da história, não há registros de gestores sentados com presidentes da estatal baiana para solucionar um problema que dura anos.
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Banhada por um rio caudaloso, a cidade enfrenta diariamente o drama da falta de água nas torneiras dos moradores, até para as necessidades mais básicas. Em analogia a uma canção de Djavan, é como morrer de sede em frente ao mar.
Do alto do bairro Santa Helena até partes do bairro Santana, surgido na outra ponta da cidade às margens do Rio Preto, assim como o Araçás e Morada Nova, todos sofrem com a distribuição capenga da água, dado principalmente pela capacidade de armazenamento e claro, distribuição. Também em extremos, sofrem os moradores dos bairros Lagoa Seca e o bairro Jordelino, nas proximidades da BR-135.
Implantação
O sistema de abastecimento de água de Formosa do Rio Preto, foi executado ainda na metade década de 1970, quando o município, hoje com mais de 26 mil habitantes, tinha em torno de 9 mil. O reservatório de água, com capacidade para 100 mil litros erguido na parte alta da cidade, ficava distante do Centro. Como era distante o “campo de avião”, que funcionava ali próximo, onde hoje é o Fórum Gerson dos Santos. A cidade era muito menor. Somente para situar o leitor, o cemitério velho que hoje se encontra no Centro, ficava quase que totalmente fora da cidade.
Na época da implantação, o sistema de abastecimento, cobria além da Avenida Matriz, na época chamada de Rua Grande, as ruas Percílio Santana, Cruzeiro, Egito, Abaré. E também a rua 15 de Novembro, hoje Jorge Correis, Praça da Matriz, Rua da Ladeira, 1º de Maio e Domingos de Almeida.
Os dados acima, ainda que parciais, mostram a necessidade de ampliação do sistema, inaugurado durante a gestão do então prefeito Agamemnon Augusto na Silva, que governou entre os anos de 1973 e 1976.
Com o crescimento, sugiram novos bairros como o Santa Helena, um dos mais populosos, Chapadão, Progresso, Morada Nova, além do crescimento do bairro Projeto, um dos mais antigos. Hoje, parte do bairro Progresso, também é abastecimento com a rede da Embasa.
Ampliação lenta
De lá para cá, principalmente depois da década de 1990, a cidade ganhou outro reservatório no bairro Santa Helena, e algumas áreas da cidade como o bairro Araçás, a água quando chega às casas, parte dela não passa pela rede de tratamento, segundo moradores.
Lentamente, com o crescimento de outras comunidades, a água encanada’ chegou ao povoado de Arroz. Recentemente, um novo projeto, pedido ainda na gestão de Termosires Dias, com ordem de serviço assinada em 2022, fará a água chegar em vários povoados. A previsão era de que a obra terminasse em junho de 2023. A ordem de serviço assinada em 18 de abril, mexeu com os brios dos políticos formosenses. (não deixe de ver aqui)
Outro problema, que nunca entrou no rol de reclamações dos moradores, é o local da capacitação da água. Localizado abaixo de um porto no Rio Preto com grande frequência de banhistas, pode trazer inúmeros problemas. Mesmo que a água passe por processo de filtragem e uso de cloro, antes de ser armazenada e distribuída. Contudo há de se dizer, que além de análise da própria em Embasa a cada duas horas, a prefeitura também faz coleta para a amostras. Fatores para a detecção, pode ser as condições de coletas, além do abate clandestino de animais, considerando que o município não tem abatedouro de animais.
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Diariamente, os protestos pela falta de um serviço contemple adequadamente para atender a população, se multiplicam. Sejam em rodas de amigos, pelas redes sociais ou até mesmo quando há uma matéria a respeito da suspensão total por algum problema técnico.
Também na gestão passada, a Câmara de Vereadores, através de Projeto de Lei, autorizava a Prefeitura Municipal firmar contrato com Embasa, via decreto, que pode ser revisto a cada dois anos e rescindido a qualquer momento. Ainda assim, a gestão foi terminada com um TAC – Termo de Ajuste de Conduta com o MP.
Ano passado, a prefeitura publicou um extrato de termo aditivo de repactuação do contrato para atender ao art. 11 da Lei Federal 11.445/2007.