Empresa sul-coreana é processada pelo MPT acusada de fraudar leis trabalhistas brasileiras

O Ministério Público do Trabalho (MPT) processa uma empresa sul-coreana de alimentos, acusada de fraudar leis trabalhistas brasileiras para não pagar salários aos trabalhadores. A companhia, que tem sede em Formosa do Rio Preto, Oeste da Bahia, começou a ser investigada após as mortes de cinco crianças em 2022. Conforme o MPT, a companhia não pagava os salários dos trabalhadores e contribuições previdenciárias.

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Segundo a denúncia, mais de 200 famílias trabalhavam sem contratos de trabalho. A empresa teria criado uma cooperativa que, com base na investigação do MPT, era usada pelos empresários para não cumprir a lei brasileira, o que configura fraude. Conforme o G1, a empresa Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda., não respondeu aos pedidos de contato.

O órgão trabalhista quer que a empresa cumpra a legislação e indenize a sociedade em R$ 20 milhões. A empresa também não seguia normas de saúde e segurança do trabalho. Além disso, os trabalhadores também eram obrigados a seguir regras sociais e religiosas.

A Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda. produz alimentos, entre eles arroz e soja, no Brasil e em outros países e exporta para a Coreia do Sul.

Mortes de crianças sul-coreanas em 2022

A fraude nas lei trabalhistas foram descobertas pelo MPT depois que o órgão acompanhou as mortes de cinco crianças na cidade de Formosa do Rio Preto, em abril de 2022. Com idades entre 6 e 11 anos, o grupo foi soterrado em uma obra do complexo que abriga a Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda.

Cinco crianças sul-coreanas morreram soterradas em Formosa do Rio Preto — Foto: Reprodução

A empresa nunca explicou se as crianças trabalhavam no local. A informação também não foi divulgada pela polícia. A obra foi interditada pela auditoria fiscal do trabalho desde a primeira inspeção após as mortes, porque não atendia normas de saúde e segurança previstas na legislação brasileira.

A vala tinha sido aberta para melhorar o saneamento da fazenda onde vivem cerca de 2 mil coreanos. O acesso à comunidade é restrito às famílias que moram no local.

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