Lançado para contextualizar a Formosa de ontem e hoje durante o lançamento do Plano Diretor Participativo, na semana passada na Câmara Municipal, a professora Marinélia Rocha criou o poema que transcrevemos a seguir:
Formosa do Rio Preto, por Marinélia Rocha
Formosa é o maior município
Do Estado da Bahia em extensão
Septuagésimo quarto no Brasil
Produtor de gado e de grão.
Limita-se com Santa Rita e Riachão das
Neves na Bahia, Mateiro no Tocantins
Encontro de três Estados – Pedra da Baliza
Cristalândia e Sebastião Barros no Piauí
No Oeste Baiano, Formosa, se localiza.
Integrava sim o Sertão Pernambucano
Povoado por gente procedente do Piauí
À procura de ouro e pedras preciosas
Encontrou os índios habitantes daqui
A “Fazenda Várzea Formosa” uma senhora
Bondosa doou para o Coração de Jesus
Uma légua de terras e cabeças de gado
E à margem esquerda do Rio Preto
Numa linda paisagem, surge um povoado.
Em 1840 o distrito subordinado à Santa Rita
Se criou, 1943 para Itajuí seu nome mudou
Em 1953 Formosa do Rio Preto se tornou
E somente em 1961 a cidade se emancipou
Duas ruas se destacavam: Grande e Cruzeiro
Com medo de um visitante vim nos perturbar
Fixou duas cruzes na cidade: uma na entrada
Outra na saída para “o coisa ruim” não entrar.
Todos com latas d’água nas cabeças
Vinham em romaria o cruzeiro molhar
Pedindo, cantando e rezando aos santos
Quando a chuva tardava a chegar.
Rua das Flores, hoje Domingos de Almeida
Grande homenagem a este vulto se faz
Formosense gravou seu nome na história
Sendo Delegado de Polícia e Juiz de Paz.
Na Rua do Egito tinha um grande angical
Tinha Amâncio Preto que os leilões animava
E uma personagem tradicional – Maria Coruja
A criançada badoqueava e passarinho matava.
Também Rua da Beira do Rio, hoje Ladeira
Três moças se destacam na “casa das Milhomens”
À direita Rua 15 de Novembro e logo adiante
Abrigava o Teatro São Roque, por longo tempo
Formosa viu talento, e a cultura precisa ir avante!
Cena inigualável não sai da nossa memória
Mulheres todas e de todas as ruas chegavam
Com trouxas na cabeça e tábuas consignadas
Lavavam suas roupas, e os filhos banhavam
Estendiam a roupa ensaboada para corar
E longas histórias compartilhavam
E assim trocavam seus saberes de vida
E ao meio dia para suas casas retornavam
Ateneu Dois de Julho – primeiro colégio
Funcionava onde hoje é o Banco do Brasil
Rosita Teixeira para sempre será lembrado
No coração e memória do jovem estudantil
Saias e calças azuis pelos moços usados
Orgulho de carregar no peito o escudo
No bolso da camisa bem estampado
Pé de figo na porta, piso limpo e fresquinho
E o 7 de setembro no calendário marcado.
E assim sua gente foi formando, de índios,
Piauienses, sulistas e até de outros oceanos
Tiduka, Alice e o saudoso doutor Minouro
Italianos e até os intrigantes coreanos.
Nos anos 80/90 o cerrado foi desbravado
Por muitos colonos vindos do sul do país
Numa explosão demográfica emergente
A pacata Formosa se transforma num triz
Se destaca na Produção de Soja, quinto
Do Brasil, primeiro da Bahia, quarto
De arroz, décimo de milho também
Na Bahia, primeiro de algodão que é
O melhor do mundo e nos representam bem
Celeiro de produção a Fazenda Panambi
Pedacinho da Bahia que querem nos tirar
Não tem razão para o Maranhão querer
Pois este é o meu território, meu lugar
Estrondo, dimensão de terra e progresso
Ativista de olho atento na devastação
Coaceral, Bungue, cilo, anel da soja…
E de repente carro carregado de carvão.
Rios, Riachos, cachoeiras, lagoa, reservas
Aqui ainda existe muita beleza natural
Progresso, grande gargalo da natureza
Preservar a Bacia do Rio Preto é vital.
E assim a nossa linda Formosa se transforma
Primeiro bairro foi o Centro, depois o Projeto
As santas despontam: Santana e Helena
E o bairro Novo Horizonte criado por Decreto
De uma doação surgiu o novo bairro:
Progresso que veio num retumbante
O Araçá foi invadido pela demora
E cada casa teve um novo habitante.
Ouro, Arroz, Intans, Tabuleiro Redondo,
Canabrava, Lagoa do Dé, Pitombeira, Val,
Maladinha, Passagem da Areia, Gavião,
… E assim é formada a Zona Rural
Na Administração de Doutor Termosires
Prédios, praças, escolas, ruas asfaltadas…
Dão sequência ou então começadas
E assim todas as áreas são valorizadas
Agora depende de VOCÊ, caro formosense
Construindo o PDDU arrojado e bem ativo
Fazendo de Formosa uma cidade promissora
lançando um Plano Diretor Participativo.
Formosa do Rio Preto – 23 de Novembro de 2018.
Marinélia Rocha
Marinélia Rocha é graduada em Letras/Português pela UESPI, Pós-Graduada em Língua Portuguesa e Literatura pela PROMINAS. Professora das Redes Municipal e Estadual, atualmente Gestora Escolar