Formosa do Rio Preto, por Marinélia Rocha; O poema que contextualiza o município que amamos

Formosa do Rio Preto | Foto de Setembro de 1943

Lançado para contextualizar a Formosa de ontem e hoje durante o lançamento do Plano Diretor Participativo, na semana passada na Câmara Municipal, a professora Marinélia Rocha criou o poema que transcrevemos a seguir:

 

 

Formosa do Rio Preto, por Marinélia Rocha

 

Formosa é o maior município

Do Estado da Bahia em extensão

Septuagésimo quarto no Brasil

Produtor de gado e de grão.

 

Limita-se com Santa Rita e Riachão das

Neves na Bahia, Mateiro no Tocantins

Encontro de três Estados – Pedra da Baliza

Cristalândia e Sebastião Barros no Piauí

No Oeste Baiano, Formosa, se localiza.

 

Integrava sim o Sertão Pernambucano

Povoado por gente procedente do Piauí

À procura de ouro e pedras preciosas

Encontrou os índios habitantes daqui

 

A “Fazenda Várzea Formosa” uma senhora

Bondosa doou para o Coração de Jesus

Uma légua de terras e cabeças de gado

E à margem esquerda do Rio Preto

Numa linda paisagem, surge um povoado.

 

Em 1840 o distrito subordinado à Santa Rita

Se criou, 1943 para Itajuí seu nome mudou

Em 1953 Formosa do Rio Preto se tornou

E somente em 1961 a cidade se emancipou

 

Duas ruas se destacavam: Grande e Cruzeiro

Com medo de um visitante vim nos perturbar

Fixou duas cruzes na cidade: uma na entrada

Outra na saída para “o coisa ruim” não entrar.

Todos com latas d’água nas cabeças

Vinham em romaria o cruzeiro molhar

Pedindo, cantando e rezando aos santos

Quando a chuva tardava a chegar.

 

Rua das Flores, hoje Domingos de Almeida

Grande homenagem a este vulto se faz

Formosense gravou seu nome na história

Sendo Delegado de Polícia e Juiz de Paz.

 

Na Rua do Egito tinha um grande angical

Tinha Amâncio Preto que os leilões animava

E uma personagem tradicional – Maria Coruja

A criançada badoqueava e passarinho matava.

 

Também Rua da Beira do Rio, hoje Ladeira

Três moças se destacam na “casa das Milhomens”

À direita Rua 15 de Novembro e logo adiante

Abrigava o Teatro São Roque, por longo tempo

Formosa viu talento, e a cultura precisa ir avante!

 

Cena inigualável não sai da nossa memória

Mulheres todas e de todas as ruas chegavam

Com trouxas na cabeça e tábuas consignadas

Lavavam suas roupas, e os filhos banhavam

 

Estendiam a roupa ensaboada para corar

E longas histórias compartilhavam

E assim trocavam seus saberes de vida

E ao meio dia para suas casas retornavam

 

Ateneu Dois de Julho – primeiro colégio

Funcionava onde hoje é o Banco do Brasil

Rosita Teixeira para sempre será lembrado

No coração e memória do jovem estudantil

 

Saias e calças azuis pelos moços usados

Orgulho de carregar no peito o escudo

No bolso da camisa bem estampado

Pé de figo na porta, piso limpo e fresquinho

E o 7 de setembro no calendário marcado.

 

E assim sua gente foi formando, de índios,

Piauienses, sulistas e até de outros oceanos

Tiduka, Alice e o saudoso doutor Minouro

Italianos e até os intrigantes coreanos.

 

Nos anos 80/90 o cerrado foi desbravado

Por muitos colonos vindos do sul do país

Numa explosão demográfica emergente

A pacata Formosa se transforma num triz

 

Se destaca na Produção de Soja, quinto

Do Brasil, primeiro da Bahia, quarto

De arroz, décimo de milho também

Na Bahia, primeiro de algodão que é

O melhor do mundo e nos representam bem

 

Celeiro de produção a Fazenda Panambi

Pedacinho da Bahia que querem nos tirar

Não tem razão para o Maranhão querer

Pois este é o meu território, meu lugar

 

Estrondo, dimensão de terra e progresso

Ativista de olho atento na devastação

Coaceral, Bungue, cilo, anel da soja…

E de repente carro carregado de carvão.

 

Rios, Riachos, cachoeiras, lagoa, reservas

Aqui ainda existe muita beleza natural

Progresso, grande gargalo da natureza

Preservar a Bacia do Rio Preto é vital.

 

E assim a nossa linda Formosa se transforma

Primeiro bairro foi o Centro, depois o Projeto

As santas despontam: Santana e Helena

E o bairro Novo Horizonte criado por Decreto

 

De uma doação surgiu o novo bairro:

Progresso que veio num retumbante

O Araçá foi invadido pela demora

E cada casa teve um novo habitante.

 

Ouro, Arroz, Intans, Tabuleiro Redondo,

Canabrava, Lagoa do Dé, Pitombeira, Val,

Maladinha, Passagem da Areia, Gavião,

… E assim é formada a Zona Rural

 

Na Administração de Doutor Termosires

Prédios, praças, escolas, ruas asfaltadas…

Dão sequência ou então começadas

E assim todas as áreas são valorizadas

 

Agora depende de VOCÊ, caro formosense

Construindo o PDDU arrojado e bem ativo

Fazendo de Formosa uma cidade promissora

lançando um Plano Diretor Participativo.

 

Formosa do Rio Preto – 23 de Novembro de 2018.

 


Marinélia Rocha

Marinélia Rocha é graduada em Letras/Português pela UESPI, Pós-Graduada em Língua Portuguesa e Literatura pela PROMINAS. Professora das Redes Municipal e Estadual, atualmente Gestora Escolar

Sobre Darlan Alves Lustosa 7950 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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