Juíza é acusada de racismo por dizer que réu não parece com bandido por ser branco

recho do processo onde juíza escreveu argumentação sobre "estereótipo padrão de bandido". (Foto: Reprodução)

A juíza Lissandra Reis Ceccon, da 5ª Vara Criminal de Campinas, escreveu em uma sentença que um acusado de latrocínio “não possui estereótipo de bandido” por ter “pele, olhos e cabelos claros”. Ela fez a afirmação ao relatar o depoimento de familiares da vítima, que disseram ter reconhecido o suspeito facilmente porque ele não seria igual a outros bandidos.

Os advogados da região acusaram a juíza de ser racista. De acordo com o jornal A CidadeON Campinas, o réu foi reconhecido por uma das vítimas sobreviventes e uma testemunha (a filha), sem hesitação de ambas. O depoimento da testemunha foi ressaltado pela juíza por tê-lo considerado “forte e contundente”. A juíza afirma que a mulher disse que o réu, ao sair da caminhonete para atirar contra as vítimas, olhou nos olhos de uma delas que sobreviveu. A juíza disse que a testemunha não teria como confundir o réu, por não possuir “estereótipo padrão de bandido”, comprovando, portanto, que seria de fato ele a cometer o crime. O réu negou a autoria do crime e alega inocência. 

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em nota, afirmou que não poderia se posicionar sobre a decisão, pois a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), em seu artigo 36, “veda a manifestação do TJ-SP e da magistrada”. O TJ-SP orientou ainda que quem se sentir prejudicado deve procurar os “meios adequados para a solução da questão”. A nota também afirma que a Corregedoria Geral da Justiça “está sempre atenta às orientações necessárias aos juízes de 1ª instância, sem, contudo, interferir na autonomia, independência ou liberdade de julgar dos magistrados”.

Sobre Darlan Alves Lustosa 7977 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
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