As equipes de reportagem das emissoras TV Aratu e Band foram ameaçadas por suspeitos de tráfico armados na manhã desta terça-feira (1) durante a cobertura de um homicídio no bairro de Águas Claras, em Salvador.
Com o programa Cidade Aratu no ar, os telespectadores assistiram aos homens armados atirarem para cima próximo as equipes de reportagens na tentativa de intimidar os jornalistas.
De acordo com os relatos do jornalista Fábio Gomes, o cinegrafista da Band, que também estava presente no local, foi agredido com coronhadas e teve a câmera danificada.
“Xingaram muito, ‘não quero vocês aqui’. Pelo menos cada um disparou cinco tiros para cima, obviamente no intuito de tirar a gente da rua. A intenção não era matar, porque se tivesse essa intenção tinham feito com muita facilidade”.
“A gente estava fazendo a matéria e de repente vieram disparos de arma de fogo em nossa direção, corremos e acabamos deixando nosso equipamento, que ficou dentro da casa”, contou.
Em nota, a Associação Bahia de Imprensa (ABI) prestou solidariedade aos colegas e emissoras ameaçados. “Somente quem não aceita as leis e regras de convivência numa sociedade civilizada e democrática, recusa e agride o jornalismo. A resposta a qualquer agressão ao livre exercício da nossa atividade profissional não pode ser outra, senão, mais jornalismo”, diz o texto, que afirma que a melhor resposta é a “ampla e qualificada cobertura dos fatos”. E finaliza: “A ABI estará sempre ao lado de quem defende a vida”.
O Sindicato dos Jornalistas da Bahia e a Federação Nacional dos Jornalistas também se solidarizaram com os jornalistas que foram alvo do ataque. “O jornalismo, pilar de uma sociedade democrática, apesar de alvejado, não se intimidará diante dos ataques sofridos pelos colegas da Band e Aratu. Continuaremos cobrindo as pautas da editoria de Segurança, inclusive este fato específico, sobre o qual pedimos à Secretaria de Segurança Pública rigorosa apuração”, diz nota.
