Percentualmente Formosa do Rio Preto concentrou maior desmatamento do Cerrado em 2019

Mais da metade dos 6.484 km² de desmatamento aconteceu na região de maior expansão agropecuária do Bioma

A região conhecida como Matopiba engloba áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. (© Marizilda Cruppe / Greenpeace) © Marizilda Cruppe / Greenpeace

O governo divulgou esta semana (16) a taxa de desmatamento no Cerrado. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, entre agosto de 2018 e julho de 2019 foram desmatados 6.484 km² de Cerrado, uma redução de apenas 2,26% em relação ao período anterior. Ainda assim, a perda representa uma área maior que quatro vezes a cidade de São Paulo. O desmatamento ocorre para dar espaço às atividades agropecuárias, como produção de soja e gado.

“O Cerrado já perdeu cerca de metade de sua vegetação nativa original. Em um contexto de emergência climática e rápida perda da biodiversidade, é preciso zerar o desmatamento no bioma. No entanto, nada tem sido feito por governos e pelo setor privado” ,

afirma Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil.

.

Em 2019 foram desmatados 213,80 km² e 2018 77,26 km² – Fonte: INPE

A conversão de vegetação nativa se concentrou (62%) na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), uma área de expansão do agronegócio. O estado da Bahia registrou o maior aumento percentual, de 19,43%, e Formosa do Rio Preto foi o município mais desmatado no bioma em relação ao ano anterior, (em porcentagem) o que representa um aumento de 177%. Dos 832,42 km² desmatados em 2019, 213,80 km² foram registrados no município.

.

Comparativo entre os municípios do Oeste da Bahia – Fonte: INPE

O estado do Tocantins foi o que apresentou a maior área de vegetação nativa suprimida, com 1.495,69 km2, seguido pelo Maranhão 1.309,50 km2 e Bahia 832,42 km2.

.

O governo brasileiro tem sistematicamente desmontado a governança ambiental e por isso, as empresas que comercializam produtos originados no bioma precisam agir com urgência para eliminar o desmatamento e a violência de suas cadeias de produção. No entanto, nenhum compromisso robusto foi assumido – apesar da clara mensagem dos mercados internacionais de que esse ciclo de destruição não é aceitável.

com Greenpeace e INPE

Sobre Darlan Alves Lustosa 7980 Artigos
Darlan Lustosa é formosense que gosta da escrita e acredita que a política é um meio de transformação da vida das pessoas.Vive e mora em Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, com registro profissional 6978/BA e sindicalizado, sobretudo para fortalecer a causa e defender direitos.
0 0 votos
Classificação do artigo
Se inscrever
Notificar de
guest

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários